Homem empilha moedas: Ibovespa tem forte alta e apresenta o melhor resultado do balanço dos investimentos de abril (ThinkStock/Nastco)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2015 às 19h29.
São Paulo - O Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, apresentou o melhor resultado do balanço de investimentos de abril, com alta de 9,93.
Em segundo lugar, com valorização de 9,31% no mês, aparece o Tesouro IPCA+ 2035, título vendido pelo Tesouro Direto que acompanha a variação da inflação, medida pelo IPCA.
Veja, na tabela a seguir, o ranking dos resultados de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em abril e no acumulado do ano:
Aplicação | Desempenho em abril | Desempenho em 2015 |
---|---|---|
Ibovespa | 9,93% | 12,44% |
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) | 9,31% | 9,24% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) | 7,17% | 8,49% |
Fundo de Ações Dividendos* | 6,04% | 6,93% |
Fundos de Ações Ibovespa Ativo* | 4,35% | 6,95% |
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) | 3,71% | 4,50% |
Fundos de Ações Small Caps* | 3,48% | -1,25% |
Fundos de Ações Livre* | 3,42% | 5,16% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) | 1,41% | 3,61% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) | 1,41% | 0,27% |
Fundos de Renda Fixa* | 1,23% | 4,24% |
IGP-M (estimativa do Banco Central)** | 1,17% | 3,22% |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 1,11% | 3,75% |
Tesouro Prefixado 2016 (LTN) | 1,07% | 3,65% |
Tesouro IPCA+ 2015 (NTN-B Principal) | 1,05% | 5,41% |
Selic* | 0,99% | 3,75% |
Tesouro Selic 2017 (LFT) | 0,96% | 2,74% |
Fundos referenciados DI* | 0,96% | 3,69% |
CDI* | 0,94% | 3,68% |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,67% | 4,52% |
Poupança antiga* | 0,56% | 2,34% |
Poupança nova* | 0,56% | 2,34% |
Fundos Multimercado Macro* | -0,84% | 7,09% |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | -1,33% | 5,4% |
Dólar | -5,57% | 10,59% |
Ouro | -7,57% | 11,93% |
Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa, Economatica e Tesouro Nacional
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de abril e para o ano de 2015, segundo o Banco Central.
Com exceção dos fundos de investimento imobiliário, cuja rentabilidade média é calculada pelo índice IFIX, os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao dia 27 de abril.
As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 24 de abril. Já os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e ouro são relativos ao dia 29. As rentabilidades do Ibovespa, dólar, IFIX, títulos públicos e da Selic tiveram como base o fechamento do dia 30.
Renda fixa
O Tesouro IPCA+, com vencimento em 2035, teve o melhor rendimento do mês dentre as aplicações de renda fixa. Esse título público paga ao investidor uma taxa de juro prefixada, mais a variação da inflação medida pelo IPCA.
Sua alta expressiva no mês, de quase 10%, pode ser explicada pela expectativa de queda na taxa de juros futuros, segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Esse título sobe quando a expectativa é de queda dos juros no longo prazo por causa do efeito da chamada marcação a mercado. De forma bem resumida, isso ocorre porque se há perspectiva de que os juros sejam menores lá na frente, o título atual, que paga uma taxa de juro mais elevada - condizente com o atual patamar da taxa básica de juros (Selic)-, torna-se mais vantajoso, e seu preço sobe.
A mesma justificativa pode ser usada para explicar a alta do Tesouro Selic IPCA+ Juros Semestrais, com vencimento em 2050. A diferença deste título para o anterior é que ele paga juros ao investidor a cada seis meses, enquanto o outro título acumula os juros para o vencimento.
Ainda que esses títulos tenham apresentado desempenhos atrativos no mês, eles são muito arriscados e o investidor deve ter em mente que, dependendo do cenário, um movimento brusco de queda também pode ocorrer.
Para quem não tem sangue frio para suportar essas volatilidades deve comprar o título público e mantê-lo até o vencimento, assim, o papel paga exatamente o que foi acordado no início do investimento (no caso, a taxa de juro mais a inflação). Atualmente esses títulos estão rendendo cerca de 6% ao ano mais a inflação.
Outra opção para quem busca mais segurança é o título Tesouro Selic. Como esse título paga a variação da taxa Selic durante o período do investimento, ele não sofre com o efeito da marcação a mercado e o investidor não corre o risco de ter prejuízo ao vender o papel antes do vencimento.
Com a nova alta da taxa Selic, que passou a 13,25% ao ano nesta semana, a poupança fica ainda menos atrativa em relação às outras aplicações. Isso ocorre porque enquanto a poupança rende sempre 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), quando a Selic é superior a 8,5% ao ano, outras aplicações de renda fixa acompanham as altas da taxa.
Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra apenas três: o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTNB), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) e o Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal).
Renda variável
Com alta expressiva de 9,93%, o Ibovespa reverteu o movimento de queda de março e apresentou o melhor resultado do balanço de investimentos de abril.
"A alta significativa da Petrobras impulsionou o índice. A divulgação do balanço auditado da empresa reverteu as expectativas do mercado", comenta André Perfeito.
A estatal fechou o mês com valorização de quase 50%, não apenas pela divulgação do balanço, como pela notícia de renovação de boa parte de seu Conselho de Administração.
Na outra ponta, o dólar apresentou uma das maiores quedas no mês, com baixa de 5,57%. "A moeda caiu não só aqui, como em outros países emergentes. O mercado fez uma correção depois de suas consecutivas altas e incorporou os resultados mais fracos da economia americana", diz Perfeito.
O ouro também apresentou forte desvalorização, ficando na última posição do ranking. Por possuir lastro, o metal costuma se valorizar em momentos de incerteza, ao atrair investidores que buscam mais segurança, e se desvaloriza quando o cenário é positivo e os investidores tentam surfar no movimento de alta de investimentos mais arriscados.
Segundo o economista-chefe da Gradual, a queda do ouro neste momento ocorre, portanto, por causa da inversão do sentimento de aversão a risco. "Com a alta das bolsas de mercados emergentes e a queda do dólar, o ouro fica menos atrativo", avalia.