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Os melhores e os piores investimentos de 2015

Dólar é o melhor investimento de 2015; confira as tendências para 2016 e o que influenciou os ganhos e perdas dos principais ativos do mercado neste ano


	Medalha de ouro: Dólar lidera balanço de investimentos de 2015 e Ibovespa fica na lanterna
 (Stock.xchng)

Medalha de ouro: Dólar lidera balanço de investimentos de 2015 e Ibovespa fica na lanterna (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2015 às 06h56.

São Paulo – O dólar apresentou o melhor desempenho do ranking de investimentos de 2015, com alta expressiva de 48,49%. Em seguida, aparece o ouro, com valorização de 32,15%.

No terceiro lugar do balanço, com alta de 21,53%, ficaram os fundos multimercados, que são fundos de investimentos que investem em ativos diversos, tanto de renda fixa quando de renda variável.

Ao considerar apenas os investimentos de renda fixa, que são mais conservadores, os melhores rendimentos foram apresentados pelos fundos de renda fixa simples e pelos fundos de renda fixa investimento no exterior, com valorizações de 16,87% e 13,73%, respectivamente.

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em 2015 e em dezembro:

Aplicação Desempenho em 2015 Desempenho em dezembro
Dólar comercial 48,49% 1,58%
Ouro BM&F 32,15% 1,51%
Fundos Multimercados Macro* 21,53% 0,58%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior 19,93% -0,03%
Fundos Renda Fixa Investimento no Exterior 16,87% 0,07%
Fundos Renda Fixa Simples 13,73% 1,02%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) 13,39% 1,59%
Selic* 13,23% 1,05%
CDI* 13,20% 1,05%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 13,01% 1,03%
Tesouro Prefixado 2016 (LTN) 12,70% 1,06%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 12,70% 0,92%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 10,72% 0,66%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 10,72% 1,00%
Fundos Renda Fixa Indexados* 10,68% 1,10%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 10,40% 0,92%
Poupança antiga* 7,29% 0,62%
Poupança nova* 7,29% 0,62%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) 5,40% -3,00%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) 3,88% -1,35%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) 2,66% -3,01%
Fundos de Ações Livre* -2,98% -1,34%
Fundo de Ações Dividendos* -5,37% -1,15%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) -6,38% -5,65%
Fundos de Ações Indexados -11,77% -2,26%
Fundos de Ações Small Caps* -12,13% -3,26%
Ibovespa -13,31% -3,92%

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento. 

(**) Expectativa de inflação para o mês de dezembro e para o ano de 2015, segundo o Boletim Focus do Banco Central

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional

Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao fechamento do dia 24 de dezembro, assim como as expectativas sobre o IGP-M e o IPCA. As rentabilidades acumuladas dos títulos públicos são referentes ao dia 23. Já os dados sobre a poupança, o ouro BM&F e o CDI são relativos ao dia 29. As rentabilidades da Selic, do Ibovespa e do Ifix tiveram como base o fechamento do dia 30. 

Dólar em destaque

Depois de registrar consecutivas altas ao longo do ano, o dólar se concretizou como o melhor investimento de 2015, fechando o ano com alta de mais de 48% - a maior valorização anual desde 2002 - e superando com folga o rendimento de diversas outras aplicações.

De acordo com Amerson Magalhães, diretor da Easynvest, a moeda se valorizou por três motivos principais: a deterioração do cenário político-econômico brasileiro; o fortalecimento da economia norte-americana; e a desvalorização no preço das commodities. “Esses três fatores contribuíram para a saída de dólares do Brasil e prejudicaram nossa balança de pagamentos”, afirma.

O ouro não ficou muito atrás e encerrou o ano com forte alta de 32%. O metal atrai investidores em momentos de crise e de baixa previsibilidade sobre os rumos da economia, já que é um ativo que possui lastro.

Os fundos multimercados macro também apresentaram um ótimo resultado. Nesse tipo de fundo, os gestores aplicam em diferentes tipos de investimentos, dos mais conservadores aos mais agressivos, sempre buscando os ativos mais vantajosos de acordo com o cenário macroeconômico.

“Esses fundos aplicam em moedas estrangeiras, como o dólar, e em renda fixa e variável, não só no Brasil, como em outros países. Boa parte da valorização no ano se deve à alta do dólar e da bolsa norte-americana, como evidencia a alta do Dow Jones [um dos principais indicadores da Bolsa de Nova York]”, diz Magalhães.

Já na lanterna do ranking aparece o Ibovespa, o principal índice de referência da Bovespa. A queda do PIB, os desdobramentos da Operação Lava Jato e o clima de incerteza política pesaram para o péssimo desempenho do índice, segundo o diretor da Easynvest. “O Ibovespa não só reflete o comportamento da economia, como antecipa movimentos. Quando as perspectivas mudam, as ações já incorporam esses movimentos, seja para o bem ou para o mal”, afirma Magalhães.

Ano dos juros e dos investimentos no exterior

Dentre os ativos mais conservadores, os fundos de renda fixa investimento no exterior, que são fundos que têm mais de 40% da carteira alocada em papéis internacionais, registraram o melhor resultado do ano.

Conforme explica o diretor da Easynvest, esses fundos aplicam tanto em investimentos que acompanham o rendimento da taxa básica de Juros, Selic, como em bonds, títulos de dívidas emitidos por governos, bancos ou empresas privadas nacionais e internacionais.

“Esses fundos possuem bonds de companhias brasileiras, como Vale e Petrobras, negociados lá fora e como essas empresas atualmente apresentam grandes riscos, elas têm oferecido taxas altas, o que tem beneficiado bastante os multimercados”, comenta Magalhães, da Easynvest.

Já os fundos simples, que aparecem como o segundo melhor investimento da renda fixa, aplicam, no mínimo, 95% da carteira em títulos públicos e títulos de bancos com risco igual ou superior ao do governo.

Como esses tipos de títulos normalmente oferecem rendimentos em linha com a taxa Selic, com as elevações dos juros ao longo de 2015 – a Selic iniciou 2015 aos 12,25% e fechará o ano em 14,25% ao ano – os fundos simples foram beneficiados pelo alto patamar da taxa básica.

“Os juros se mantiveram em alta não apenas porque o governo precisou controlar a inflação, mas também porque diante de todos o problemas nas contas públicas, o risco do país aumentou e o governo precisou de mais recursos, assim, a taxa de juro foi elevada para atrair mais investidores”, afirma o diretor da Easynvest.

Vale mencionar que a caderneta de poupança apresentou um resultado pífio pois, enquanto a maior parte dos investimentos de renda fixa se valoriza quando a taxa básica de juros é elevada, a poupança mantém seu rendimento nos mesmos 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial quando a Selic é superior a 8,5%, como foi o caso neste ano.

Tesouro Direto

Dentre os títulos públicos, comercializados pelo Tesouro Direto, o Tesouro Selic, que acompanha a variação da taxa Selic apresentou um dos melhores resultados do ano, já que o título foi beneficiado pela alta dos juros básicos.

Já os títulos Tesouro IPCA, que pagam uma taxa de juro mais a variação da inflação medida pelo IPCA, apresentaram resultados discrepantes. Enquanto os títulos com prazo mais curto tiveram bons resultados, os mais longos apresentaram quedas.

Isso aconteceu justamente por causa da tendência de alta dos juros básicos, segundo Magalhães, da Easynvest. A lógica é a seguinte: como esses títulos prometem pagar uma taxa de juros “x”, que é definida com base nos juros básicos, quando a taxa Selic tem uma expectativa de alta, esses títulos passam a ser menos vantajosos em relação a outros títulos que podem pagar taxas maiores.

Como esse movimento acontece por causa da expectativa dos juros para o futuro, ele afeta mais os títulos de longo prazo do que aqueles de curto prazo.

No entanto, essas variações apresentadas na tabela refletem os ganhos e perdas que o investidor teria se comprasse os títulos no começo do ano e os vendesse agora, se sujeitando a vendê-los pelo preço que o mercado está disposto a pagar no momento. Caso o investidor compre os títulos e fique com eles até o vencimento, a remuneração paga será exatamente aquela oferecida na compra do título.

Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra o: Tesouro Selic 2021, Tesouro Prefixado 2021, Tesouro IPCA+ 2019, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 e Tesouro IPCA+ 2035.

Onde investir em 2016

Com a perspectiva de que a economia ainda se mantenha em crise por mais algum tempo, a tendência é que os juros continuem elevados.

“O ano que vem continua sendo o ano dos juros. Por enquanto, nós não temos nenhuma perspectiva de que a Selic seja reduzida, portanto, para o pequeno investidor, os investimentos mais recomendados são o Tesouro Direto e os títulos privados como CDBs, LCIs e LCAS, que são aplicações que acompanham os juros”, opina o diretor da Easynvest.

Confira mais detalhes sobre os investimentos que acompanham os juros.

Magalhães acrescenta que o investidor que estiver disposto a correr um pouco mais de risco também deve manter as ações no radar. “Assim que as tendências começarem a mudar e o cenário econômico passar a apresentar algum sinal de melhora, é a hora de começar a comprar ações, já que os preços estarão baixos e a bolsa deve voltar a se valorizar”.

Amerson ressalta, no entanto, que o investidor deve ficar atento para não comprar as ações sem que a economia apresente reais sinais de retomada para evitar prejuízos. Da mesma forma, ele orienta que o investidor também não demore demais a investir ao perceber que o otimismo está de volta para que os papéis não sejam comprados quando já estiverem caros.

Confira 5 metas para fazer de 2016 um ano fantástico financeiramente.

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