EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A gestora de recursos coreana Mirae Asset Management começou a investir no Brasil em junho de 2007, por meio de um fundo especializado em América Latina. Com um patrimônio de 73 bilhões de dólares, a empresa planeja aumentar sua presença no país, disse a EXAME Edward Oh, diretor internacional da Mirae. Leia abaixo os principais trechos de sua entrevista:
Por que a Mirae decidiu investir no Brasil?
A Mirae está bastante otimista com as perspectivas de crescimento do mercado brasileiro no longo prazo. O Brasil é rico em recursos naturais e florestas. Por isso, sua economia se beneficia não apenas do rápido crescimento de países emergentes, mas também do aumento de preços de matérias-primas - que deve continuar em razão da alta demanda mundial e da crescente escassez desses recursos.
Levamos em conta ainda o fato de que o Brasil tem a quinta maior população do mundo, com uma idade média de 29 anos, o que significa uma maioria de jovens em idade de trabalhar. Num primeiro momento, esse desenho favorece atividades produtivas. À medida que os jovens envelhecem, aumenta o consumo, o que leva à expansão do mercado doméstico.
A empresa planeja aumentar seus investimentos no país?
Hoje, temos 900 milhões de dólares em ativos brasileiros - ações e imóveis. É um número que cresce continuamente.
Quais setores são os mais promissores para a Mirae?
Hoje, o mercado brasileiro de fundos é composto, basicamente, por produtos de renda fixa e multimercados. Acreditamos que os fundos de ações tendem a crescem e aumentar sua participação no setor. Por isso, investimentos na bolsa local. Além disso, esperamos a valorização dos ativos imobiliários - residenciais e também comerciais.
Por que a empresa abriu um escritório em São Paulo?
A Mirae sempre se interessou por mercados emergentes - em particular pelos países que formam o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Já temos grandes investimentos na China e na Índia e, agora, apostamos no potencial do Brasil. A estratégia da empresa é garimpar oportunidades em países ou regiões com perspectiva de grande crescimento. Quando encontramos esses locais, aplicamos nosso modelo gerencial que já foi testado - e aprovado - na Ásia. A Mirae acaba de concluiu o estabelecimento de duas subsidiárias no Brasil e, agora, aguarda autorização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários para abrir uma gestora de recursos e um banco de investimentos no país.
O grau de investimento, concedido em abril pela Standard & Poor';s, levou a empresa a mudar sua estratégia para o Brasil?
A Mirae começou a investir no país há um ano e planejou a abertura de um escritório em São Paulo antes de a S&P elevar a nota do Brasil. Acreditamos no forte potencial de crescimento da economia local.