(BrianAJackson/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 20 de agosto de 2017 às 07h00.
Última atualização em 20 de agosto de 2017 às 07h00.
Pergunta do leitor: Tenho um montante de R$ 80 mil e gostaria de investir esse dinheiro em renda fixa, da seguinte forma: R$ 55 mil em um investimento de longo prazo e R$ 25 mil em uma aplicação em que eu possa resgatar o dinheiro a qualquer momento. Quais as sugestões de investimentos para cada uma das alternativas?
Resposta de Michela Aimar*:
Antes de responder à sua pergunta, aparentemente simples, como planejadora financeira, tenho a responsabilidade de alertar que não existem decisões de investimento válidas indiscriminadamente para todos. Para que a alocação do seu patrimônio atenda às suas necessidades e seja sustentável no tempo, ela deve ser o resultado de uma análise completa de sua situação financeira, patrimonial, profissional e pessoal.
Esse processo contínuo se chama planejamento financeiro pessoal. O norte de um planejamento financeiro é sempre definido pelos seus objetivos, sejam eles sonhos ou necessidades. O processo é conduzido investigando vários fatores:
Aconselhar uma compra de ativos sem este planejamento seria como ir ao supermercado para fazer as compras da semana sem pensar antes no que você irá cozinhar cada dia, nos gostos e hábitos da família ou nas suas necessidades ou restrições alimentares. Há várias possibilidades e, para a gestão das suas finanças, essa regra também se aplica. Caso precise de ajuda nesse planejamento, aconselho procurar um planejador financeiro profissional.
Para tentar responder sua pergunta, vou partir da premissa de que você fez todas essas reflexões e vou supor que precisa aplicar R$ 25 mil em ativos mais líquidos, para sua reserva de emergência, e R$ 55 mil para sua aposentadoria ou complementação de aposentadoria, em mais de 10 anos.
Para o investimento de curto prazo, recomendo opções de baixíssimo risco e elevada liquidez: títulos públicos atrelados à taxa Selic, fundos de investimento DI e CDBs com liquidez diária. Procure compará-los levando em conta a rentabilidade bruta de impostos e de todas as taxas envolvidas, como custódia e administração, que variam entre instituições financeiras.
Geralmente, CDBs de instituições menores têm rentabilidade maior. Porém, antes de investir, além de se atentar aos limites do FGC de até R$ 250 mil por CPF e instituição emissora, é importante pesquisar a saúde financeira das instituições emissoras e distribuidoras.
Para o investimento de longo prazo, é crucial que a rentabilidade esperada do investimento seja maior que a inflação, para manter o poder de compra do seu patrimônio. Nesse sentido, entre os títulos públicos, o Tesouro IPCA é uma escolha adequada.
Sua rentabilidade é dada por uma taxa prefixada mais o IPCA, medida de inflação oficial. Outra opção são os planos de previdência complementar, que trazem benefícios fiscais e sucessórios. Porém, sua escolha deve ser bem avaliada, considerando os custos das taxas de carregamento e de administração e identificando a combinação mais apropriada de risco e rentabilidade esperada.
Fora da renda fixa, há alternativas de diversificação, porém, para dar indicações mais precisas e personalizadas, seria preciso entender sua escolha de restringir os investimentos à renda fixa.
*Michela Aimar é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).
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