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Onde investir para garantir o futuro dos meus filhos?

Especialistas dão dicas sobre os melhores investimentos que os pais podem fazer pelos seus filhos no longo prazo


	Criança e mala com dinheiro: Segundo especialistas, Tesouro Direto é uma boa opção para quem investe no longo prazo
 (Denis Yarkovoy/ThinStock)

Criança e mala com dinheiro: Segundo especialistas, Tesouro Direto é uma boa opção para quem investe no longo prazo (Denis Yarkovoy/ThinStock)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2015 às 07h08.

Dúvida do internauta: Meu nome é André e tenho 29 anos. Tenho dois filhos, Arthur, de três anos, e Laura, de um ano. Há dois anos fizemos uma previdência privada para o Arthur e agora há pouco outra para Laura. Levamos em consideração as taxas do banco (taxas de carregamento e administração) e a solidez da instituição.

Contribuímos mensalmente e a casa seis meses fazemos aportes mais altos. A cada ano aumentamos as contribuições mensais em 10% para cobrir a inflação. Gostaria de saber se estamos no caminho certo e quais seriam as melhores modalidades de investimentos para nossos filhos, com foco no longo prazo. 

Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:

Pensar desde cedo no futuro financeiro de seus filhos é uma excelente iniciativa. Parabéns!

No longo prazo, os planos de previdência privada são boas alternativas de investimento. Contudo, para obter bons resultados financeiros, é essencial atentar ao tipo de plano escolhido (PGBL ou VGBL), ao regime de tributação (tabela progressiva ou regressiva) e, sobretudo, aos custos do investimento (entenda a diferença entre cada tipo de plano).

Em nossa opinião, a melhor alternativa para seus filhos são os planos VGBL com tabela regressiva de IR, uma vez que o imposto incide de forma regressiva (o IR cai ao longo do tempo) e, apenas, sobre a rentabilidade. Considerando que vocês permanecerão no plano de previdência por mais de dez anos, haverá incidência da menor alíquota de IR e, somente, sobre os rendimentos.

Também, é fundamental comparar os custos cobrados pelos diversos fundos de previdência, que consistem basicamente em taxa de administração e carregamento.

A taxa de administração pode variar bastante nos fundos de previdência e, normalmente, é maior do que as praticadas em fundos comuns. Para fundos de previdência que investem em produtos de renda fixa, o ideal é que a taxa de administração não ultrapasse 1% ao ano.

É preciso também verificar a taxa de carregamento cobrada. Essa taxa incide no momento do aporte, “comendo” parte do valor aplicado. Há instituições financeiras que possuem fundos de previdência que não cobram taxa de carregamento, portanto, é fundamental pesquisar.

Finalmente, é importante escolher fundos que tenham obtido retornos satisfatórios no passado, pois ainda que saibamos que isso não é garantia de bons resultados no futuro, ao menos nos permite saber que esses fundos têm apresentado boa gestão.

Existem também outras modalidades interessantes para você formar poupança para seus filhos no futuro. Os títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro Selic (antiga LFT) e o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B) de mais longo prazo costumam proporcionar retornos superiores aos fundos de previdência, com menos risco e menos volatilidade.

Enquanto o Tesouro Selic paga a variação da taxa Selic durante o período do investimento e não apresenta riscos de prejuízos ao ser vendido antes do vencimento, o Tesouro IPCA para uma taxa de juro prefixada, mais a variação da inflação medida pelo IPCA, e é mais arriscado, pois pode gerar perdas se for vendido antes do vencimento.

Alguns planos de previdência, inclusive, são recheados de Tesouro IPCA. Portanto, ao investir diretamente nesse papel, é como se você seguisse quase a mesma estratégia do fundo, mas ampliando seus retornos, porque nesse caso você se livra das taxas que pagaria nos planos, que podem ser altas.

Ainda que os títulos públicos tenham a cobrança da taxa de custódia, de 0,03% ao ano, existem bancos e corretoras que oferecem a possibilidade de investimento nesses papéis com isenção da taxa de administração (veja a lista de taxas cobradas por instituição).

Nesse caso, a única dificuldade é ter a disciplina para fazer você mesmo à gestão do patrimônio.

Bons Investimentos!

(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.

Envie suas dúvidas sobre planejamento financeiro e investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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