Apartamento: Escolha aplicações mais seguras, como Tesouro Direto ou CDB (vicnt/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 7 de julho de 2018 às 07h00.
Última atualização em 7 de julho de 2018 às 07h00.
Pergunta do leitor: Gostaria de uma sugestão de investimento e de estratégia para comprar um apartamento daqui seis anos. Tenho 10 mil reais guardados e poderia investir até 1.500 reais por mês.
Resposta de Marcela Kawauti:
Você já deu o primeiro passo na direção correta: começou a fazer uma reserva financeira e tem um compromisso de guardar um valor pré-definido todos os meses para esse fim.
O planejamento e a disciplina são fundamentais para realizar um sonho de consumo, como a compra da casa própria, mas investir com conhecimento também é muito importante para tirar o melhor proveito do valor que você se propôs a reservar.
Como o seu foco é no médio prazo, seis anos, não é recomendado investir em ações ou em moeda estrangeira. Ambos são muito voláteis e você pode ter perdas significativas, sem tempo para revertê-las. Sendo assim, recomendo aplicações mais seguras, com um pouco mais de previsibilidade.
O Tesouro Direto é uma boa pedida. O título Tesouro IPCA+ tem um papel que vence em 2024, mesmo período em que você quer comprar seu apartamento. Ele paga uma taxa prefixada no momento em que você investe mais a inflação no período.
Assim, ele mantém o poder de compra do seu dinheiro e remunera um rendimento real, descontando a inflação, de cerca de 5,5% ao ano. Em valores de hoje, você conseguiria acumular cerca de 140 mil reais.
Outra opção é investir em CDBs de bancos pequenos, que vão permitir acumular um valor parecido. Mas, nesse caso, você precisa ficar de olho na liquidez, para não acabar com o seu dinheiro “preso” no investimento na hora de comprar o imóvel.
Se você não tiver dinheiro suficiente para comprar o apartamento à vista, financiar é, sim, uma boa opção, se você fizer um bom planejamento para pagar as parcelas em dia. As taxas de juros do crédito imobiliário são baixas em relação às demais modalidade de crédito. No entanto, é importante ter um valor significativo de entrada para evitar, ao menos em parte, o pagamento de juros.
Além disso, lembre que os gastos relacionados à compra de um apartamento vão além do pagamento do valor do imóvel. Há os custos burocráticos, como impostos e transferência da escritura, e os gastos com móveis e reforma, quando necessário. Isso também deve estar na sua programação financeira.
Por fim, é sempre importante manter uma reserva destinada a imprevistos. Se você imobilizar todo o dinheiro no seu imóvel, pode acabar se endividando se tiver algum imprevisto no caminho.
*Marcela Kawauti é economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e colabora com o portal Meu Bolso Feliz.
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