Homem coloca moeda no cofrinho: Especialistas indicam investimentos em renda fixa (Nastco/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 16h09.
Dúvida do internauta: Li nesta seção de dicas de finanças pessoais uma resposta sobre onde investir 500 reais por mês. Consigo investir o dobro desse valor por mês, mil reais. Onde devo investir essa quantia todo mês também com o objetivo de superar o retorno da poupança?
Resposta de Samy Dana e Alex Del Giglio*:
Parabenizamos você pela iniciativa de poupar mensalmente a quantia de mil reais. Independentemente do valor, todos deveríamos ter o hábito de poupar recursos para compor uma reserva de emergência e para resguardar uma renda passiva na aposentadoria.
Existem diversas alternativas de investimento no mercado, que proporcionam retornos superiores à tradicional caderneta de poupança e possuem riscos equivalentes.
Considerando a conjuntura econômica atual, com taxa Selic no patamar de 12,25% ao ano e com expectativa de alta a partir de março e inflação elevada (girando em torno de 7% ao ano), é interessante buscar produtos financeiros que tenham remuneração atrelada à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa que fica próxima à Selic .
Uma boa alternativa de alocação são os títulos negociados por meio da plataforma Tesouro Direto, como as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs).
A remuneração das LFTs segue a variação da Selic, proporcionando ganhos bem mais atraentes que a poupança. Além disso, são considerados títulos de baixo risco, uma vez que são emitidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, o risco de crédito é um calote do governo federal, algo que consideramos pouco provável.
Ao investir em LFTs você aplica seus recursos e recebe o dinheiro investido acrescido de juros, em uma data específica de resgate. A volatilidade é baixa, o que diminui o risco de perdas em caso de necessidade de venda antecipada do papel.
Após acumular um capital razoável, é conveniente investir parte do capital em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) de bancos médios.
Esses títulos são emitidos por instituições financeiras e vendidos ao público como forma de captação de recursos. São normalmente atrelados ao CDI e, em regra, oferecem retornos superiores às LFTs, em vista da isenção de imposto de renda.
O risco das aplicações em LCIs e LCAs também é considerado baixo, pois em caso de falência do banco o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante o reembolso do valor investido até o montante de 250 mil reais por pessoa e por instituição financeira.
Vale notar que de tempos em tempos é indispensável rever a estratégia de alocação dos seus recursos, pois a normatização dos produtos financeiros em nosso país muda constantemente e, além disso, nossa conjuntura econômica é muito dinâmica.
Bons Investimentos!
(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais.
Alex Del Giglio é economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.
Envie suas dúvidas sobre planejamento financeiro e investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.