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O que o investidor deve fazer em meio ao caos na Bolsa?

Especialistas recomendam calma e dizem que não é hora de vender as ações. Para aqueles com perfil mais arrojado, pode ser uma oportunidade para comprar mais

Desespero: na mínima do dia, o Ibovespa chegou em 87.954 pontos, o menor nível desde dezembro de 2018 (Getty Images/Getty Images)

Desespero: na mínima do dia, o Ibovespa chegou em 87.954 pontos, o menor nível desde dezembro de 2018 (Getty Images/Getty Images)

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Natália Flach

Publicado em 9 de março de 2020 às 13h15.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 13h20.

São Paulo - Cerca de 1 milhão de investidores que entraram na bolsa de valores depois de 2017 nunca tinham vivido a experiência de um circuit breaker na B3 — até agora. Nesta segunda-feira (9), o mecanismo, que serve como válvula de segurança quando o Ibovespa recua 10%, foi acionado pela primeira vez desde o Joesley Day. Em meio ao caos das cotações em queda, o que os novatos — e os demais investidores — devem fazer?

Exame conversou especialistas, e a principal recomendação é ter calma. Não é fácil, é claro. "Há dias em que não fazer nada já é fazer muita coisa. Hoje é um dia desses", afirma Adeodato Netto, estrategista-chefe da casa de análise Eleven Research. A indicação do especialista é não mexer nos investimentos, a não ser que o investidor tenha percebido que não tem apetite para tanta oscilação. "Quando a amplitude é para cima, todo investidor gosta, mas quando é para baixo gera correria. Só que como o nome mesmo diz, trata-se de renda variável e pode cair."

Por isso mesmo, Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos, recomenda serenidade. "O investimento é de longo prazo, por isso é importante ter ações de empresas de qualidade - não papéis que sobem descolados de fundamento - para atingir os objetivos futuros. Caso o investidor tenha estômago, pode até aproveitar o momento para recompor parte do portfólio [que foi depreciado] e comprar mais ações, aproveitando que os fundamentos não mudaram e os preços estão menores."

Na mínima desta segunda-feira, o Ibovespa chegou em 87.954 pontos, o menor nível desde dezembro de 2018. O movimento de queda, que se estende desde o início do surto de coronavírus, leva os investidores a se perguntarem se o principal índice da B3 já chegou ao fundo do poço. Contando com a queda de hoje, o recuo acumulado de 2020 pode chegar a 22,2%.

Para Jefferson Laatus, estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus, ainda é cedo para afirmar que o pior já passou. “Há uma semana, a oportunidade estava nos 100 mil pontos. A melhor coisa para o investidor é esperar. Uma hora vai gerar oportunidade, mas a hora não é agora”, comentou. 

Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, também acredita que o momento requer paciência. “O investidor tem que pensar em relação ao período de investimento dele. Só deve comprar agora quem tem perfil agressivo devido à alta volatilidade”, disse.

Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, lembra que com a renda variável é mais dinâmica do que a renda fixa. "Se o investidor tomar a decisão de sair de alguma ação com perdas de 40% e alocar em renda fixa, quanto demorará para recuperar as perdas? Por isso, se perdeu na Bolsa, é na Bolsa que vai recuperar”, afirma.

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