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O orçamento apertou? Veja como se endividar do jeito certo

Se tomar um empréstimo for sua única saída, troque dívidas caras pelo crédito consignado; conheça a linha de crédito e veja as taxas cobradas por banco


	Organização: Coloque na ponta do lápis todas as pendências e substitua dívidas caras por outras mais baratas
 (Thinkstock/Sean824)

Organização: Coloque na ponta do lápis todas as pendências e substitua dívidas caras por outras mais baratas (Thinkstock/Sean824)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 10h50.

São Paulo - Antes de partir para um empréstimo, é importante checar se é possível organizar o orçamento e cortar despesas para evitar as dívidas. Mas, se o orçamento apertou e o endividamento for a única saída é fundamental buscar opções de crédito com taxas de juros mais baixas, como é o caso do crédito consignado, e fugir das dívidas caras, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito

Nos empréstimos consignados, as parcelas da dívida são descontadas diretamente da folha de pagamento do devedor. Assim, os bancos têm mais segurança de que receberão o pagamento em dia e oferecem juros menores do que em outras linhas, o que leva a modalidade de crédito a ser uma das mais baratas do mercado.

De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, referentes a novembro, enquanto a taxa média do crédito consignado para trabalhadores do setor privado ficou em 26,3% ao ano, a taxa média do cheque especial chegou a 284,8% ao ano e a taxa do cartão de crédito rotativo (aplicada quando o cliente paga apenas parte da fatura e empurra o resto da dívida para a fatura seguinte) chega a 281,3% ao ano.

Além de substituir dívidas caras pelo crédito consignado, outra dica para aliviar o orçamento é checar quais bancos oferecem os menores juros no consignado. 

Nas tabelas a seguir, EXAME.com levantou as taxas cobradas pelos principais bancos do mercado, segundo informações do ranking de taxas juros do Banco Central, que é feito com base em informações passadas pelas próprias instituições financeiras. As tabelas foram divididas de acordo com o perfil do tomador (celetistas, funcionários públicos, e pensionistas e aposentados).

Crédito Consignado para empregados de empresas privadas (celetistas)

Banco Taxa de juros ao mês (%) Taxa de juros ao ano (%)
Banco do Brasil 2,47 33,95
Caixa Econômica Federal 2,57 35,66
HSBC 2,68 37,41
Banco Santander 2,85 40,07
Banco Bradesco 2,90 40,96
Itaú 3,40 49,27
Fonte: Banco Central
Período: 22/12/2015 a 29/12/2015

Crédito Consignado para aposentados e pensionistas do INSS

Banco Taxa de juros ao mês (%) Taxa de juros ao ano (%)
HSBC 2,15 29,09
Caixa Econômica Federal 2,24 30,50
Banco do Brasil 2,34 31,93
Banco Bradesco 2,35 32,09
Banco Santander 2,36 32,25
Itaú 2,36 32,35
Fonte: Banco Central
Período: 22/12/2015 a 29/12/2015

Crédito consignado para servidores públicos

Banco Taxa de juros ao mês (%) Taxa de juros ao ano (%)
Caixa Econômica Federal 1,77 23,50
HSBC 1,89 25,12
Banco Bradesco 1,91 25,51
Banco do Brasil 1,97 26,34
Banco Santander 2,02 27,11
Itaú 2,15 29,11
Fonte: Banco Central
Período: 22/12/2015 a 29/12/2015

Diferenças de custos entre bancos supera os 4 mil reais

Como pode ser observado nas tabelas, as taxas variam muito entre um banco e outro. Para mostrar exatamente a diferença de custos, EXAME.com simulou qual seria o valor pago por um tomador ao contrair uma dívida de 10 mil reais por um prazo de dois anos na linha de crédito consignado concedido a trabalhadores privados.

No Banco do Brasil, que cobra a taxa média mais baixa, de 33,95% ao ano, o empréstimo de 10 mil reais custará ao devedor 17.960,63 reais após dois anos. Já no Itaú, que tem a taxa mais cara, de 49,27%, a dívida subiria para 22.309,66 reais ao final do período, uma diferença de nada menos que 4.349,03 reais.

Desvantagens do crédito consignado

Nem todas as pessoas têm acesso ao crédito consignado. A linha é oferecida apenas a pensionistas e aposentados do INSS, que são aquelas pessoas que recebem aposentadoria oficial ou pensões do governo, e a empregados de empresas privadas que possuem convênios com bancos para oferecer o crédito consignado aos seus funcionários.

O consignado funciona, portanto, como um benefício, que pode ou não ser oferecido pelas empresas aos funcionários. Por isso, é mais comum que empresas grandes ofereçam a linha de crédito.

Outra desvantagem da linha é que alguns bancos cobram taxas de avaliação de crédito, tarifas de cadastro e podem tentar embutir seguros no empréstimo, por isso é essencial observar o Custo Efetivo Total (CET) da operação, taxa que inclui não apenas os juros, como todos os custos envolvidos no empréstimo.

Veja outras alternativas de empréstimo que costumam ter juros baixos.

Como se organizar para dizer adeus às dívidas

O primeiro passo para evitar as dívidas é fazer uma revisão do seu orçamento. Existem diferentes ferramentas que podem te ajudar nessa tarefa (veja a galeria ao final da matéria), mas o mais importante é saber exatamente todas as receitas que entram na sua conta e as despesas que são debitadas mensalmente.

Ao tomar consciência sobre sua renda e seus gastos, é possível verificar com mais clareza o que está desiquilibrando seu orçamento. Vale checar quais serviços você tem pagado à toa (veja 10 coisas pelas quais você pode estar pagando caro demais) e quais tipos de despesas você poderia negociar para conseguir descontos (confira 9 serviços que você pode negociar reduções).

Reflita também sobre os motivos que têm te levado a gastar mais do que você pode. Em alguns casos, a solução para o descontrole financeiro não é matemática, mas psicológica. Ao concluir que você tem gastado demais para encobrir alguma frustração no trabalho, por exemplo, é possível compreender que está na hora de rever seus planos de carreira e que gastar dinheiro não é o caminho para resolver o problema.

Se as suas dívidas estiverem espalhadas entre diferentes credores, solicite os saldos devedores de cada débito e os juros pagos em cada um deles. Com todas as pendências na ponta do lápis, verifique quais delas têm juros superiores aos que você pagaria no crédito consignado. Em seguida, calcule exatamente qual é o tamanho da sua dívida total e qual seria o valor exato que você conseguiria pagar mensalmente.

Apenas depois dessa revisão você deve buscar a renegociação das dívidas. Além de fazer um acordo baseado no que você realmente poderá  pagar, sem criar uma nova dívida impagável, ao ter consciência sobre sua capacidade financeira e sem parecer desesperado, você fica menos vulnerável a eventuais abusos por parte dos credores. 

Depois de verificar os eventuais descontos que os credores podem oferecer nos pagamentos, considere a substituição de diferentes dívidas por um empréstimo único.

Ao substituir dívidas em diferentes cartões por uma única no crédito consignado, por exemplo, é possível não só reduzir os custos que você teria com juros, como facilitar os pagamentos, já que você passará a se preocupar apenas com um credor.

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