Governo promeve mudanças para atrair um número maior de investidores para o Tesouro (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2012 às 08h00.
São Paulo - A partir deste sábado, dia 2, o investidor passará a ter acesso a algumas novidades no Tesouro Direto. As mudanças fazem parte de um pacote de reformulações promovido pelo Tesouro Nacional e a BM&FBovespa para atrair mais investidores para os títulos públicos. O valor obtido com as aplicações nos títulos financia a dívida pública e os investimentos do governo federal.
Uma das principais novidades é que o piso para cada compra caiu de 100 reais para 30 reais. Ainda assim, o investidor continua a ter a exigência de pagar uma porcentagem mínima de cada título. Atualmente, esta porcentagem é de 20% do valor do papel e pela nova medida o mínimo exigido será de 10%.
Tomando como exemplo a cotação do dia 29 de maio, o título com menor preço custa 717 reais. Isto significa que pela nova cota mínima, de 10%, o investidor teria que fazer um investimento a partir de 71 reais. Portanto, ele não chega a usufruir do novo piso de compra, de 30 reais, mas consegue investir com um aporte menor do que os 100 reais exigidos anteriormente.
O teto das aplicações também foi modificado. O valor máximo de investimento passa de 400.000 reais para 1.000.000 de reais.
As outras mudanças são referentes à praticidade para efetuar e movimentar as aplicações. A partir de sábado, o investidor pode programar a sua compra, reinvestir automaticamente e agendar a venda.
Antes, toda vez que o investidor comprasse o título, ele tinha que entrar no sistema para fazer a compra na data da operação. Agora, ele tem a opção de entrar no sistema com antecedência e programar a compra para uma data futura.
A venda também poderá ser agendada. Pela regra antiga, a operação da venda tinha que ser feita necessariamente às quartas-feiras. Com a mudança, apesar da operação continuar a ser validada apenas às quartas-feiras, o investidor pode programar a operação em qualquer dia da semana.
Os juros recebidos semestralmente (o chamado cupom) também passam a contar com a possibilidade de serem reinvestidos automaticamente. Dessa forma, o investidor não precisa mais ter o dinheiro em mãos para depois fazer a compra, o valor passa a ser revertido imediatamente.
Governo segue estratégia de trazer investidores para o Tesouro Direto
A superintendente de Varejo da Ativa Corretora, Andréa Abreu explica que as mudanças fazem parte de uma estratégia do governo para incentivar o investimento em títulos públicos. “Com a fração mínima caindo, o governo atrai uma maior gama de pessoas físicas, além de ser uma grande vantagem para o investidor, que também ganha maior acessibilidade”, explica.
Além do pacote de mudanças, outra investida do governo para trazer investidores para o Tesouro Direto foi a alteração nas regras da poupança. Com a queda na Taxa Selic, que a partir desta quarta-feira passou a 8,5% ao ano, as novas regras da poupança passaram a valer e sua rentabilidade passou a ser de 70% da Selic, mais a Taxa Referencial (TR). Assim sendo, em alguns cenários, a caderneta passa a perder vantagem em relação às Letras Financeiras do Tesouro (LFTs).
O título que equivaleria à poupança é a LFT, papel pós-fixado, indexado à Selic e o mais conservador dos títulos públicos disponíveis ao investidor individual. As LFTs, os fundos DI e os CDBs de grandes bancos são as únicas aplicações que se comparam à poupança nos quesitos liquidez, conservadorismo e até segurança – seja pela garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no caso de poupança e CDBs, seja pela garantia do governo, no caso dos títulos públicos.
Veja as aplicações que agora podem superar o rendimento da poupança.