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"Não vai mais ter aplicativo do Bradesco ou Itaú em até dois anos", diz Campos Neto

Open Finance deve acabar com a necessidade de os usuários terem aplicativos de diferentes bancos brasileiros, segundo presidente do Banco Central

presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.
 (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 11 de novembro de 2023 às 12h10.

Última atualização em 11 de novembro de 2023 às 12h10.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o Open Finance, sistema que vai permitir o compartilhamento de informações financeiras dos clientes, deve acabar com a necessidade de os usuários terem aplicativos de diferentes bancos brasileiros.

"Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas as contas", disse no evento da MBA Brasil, organizado por estudantes brasileiros, em Chicago.

Segundo ele, a aceitação dos brasileiros ao Open Finance foi rápida, com algo entre 50 a 60 milhões de pessoas aderindo ao sistema mesmo antes de ter acesso aos benefícios da inovação. "Open Finance gera portabilidade e comparabilidade em tempo real. O nosso é o mais amplo e programável do mundo", enfatizou.

A ideia do BC é expandir o Open Finance para mais produtos, eventualmente, seguros, que no Brasil têm bastante espaço para crescer, conforme Campos Neto. Ele também observou que, no futuro, haverá competição não só pelo produto, mas também pelo canal. "Vemos aceleração na importação de dados", acrescentou.

PIX

Campos Neto afirmou ainda que se o Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos, tivesse tido a função apenas de substituir tradicionais transferências eletrônicas como Ted e Doc, o sistema "teria falhado".

De acordo com ele, o BC entendeu a relevância da tecnologia durante a pandemia, mas foi necessário todo um trabalho de convencimento dentro e fora de casa, incluindo os bancos no Brasil e também o governo.

"Se o Pix só substituísse Ted e Doc, teríamos falhado. Eu sempre disse que os bancos não iriam perder dinheiro com o Pix. Hoje, os bancos estão super empolgados em fazer mais coisas no Pix", disse Campos Neto. Segundo ele, os bancos entenderam a inovação por trás do Pix e tiveram uma adesão "surpreendente".

Ao comentar o processo de lançamento do Pix, ele lembrou que a primeira data era para o fim de 2024. "Eu disse que precisava em seis meses."

Conforme Campos Neto, a agenda da inovação da autoridade monetária é um trabalho do BC e não de uma pessoa só. Segundo ele, foi implementada uma parcela pequena do que foi planejado, mas esse programa vai continuar, mesmo após o fim do seu mandato.

Como tem explicado ao comentar a agenda tecnológica do BC, Campos Neto mencionou que a estrutura abrange quatro blocos que se interligam para que seja possível ter uma intermediação financeira mais moderna.

O Pix, por exemplo, vai se conectar com o Drex, a moeda digital brasileira. Além disso, a ferramenta de pagamento instantânea é programável e, por isso, permite inserir diversas novas funcionalidades.

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