A captação dos planos de previdência privada cresceu 3,9% no ano passado e atingiu 19,5 bilhões de reais. A cifra refere-se aos novos recursos que entraram no sistema em 2005, incorporando-se à carteira já existente dos fundos. O desempenho mostra que as incertezas do setor quanto às mudanças no regime de tributação foram superadas e, já a partir do segundo semestre, os fundos voltaram a reagir. "Foi uma fase estratégica para o mercado, porque plantamos as bases para um desenvolvimento contínuo nos próximos anos", afirma Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp).

Segundo Nascimento, desde agosto, a captação de recursos acelerou. Em dezembro, por exemplo, o setor bateu seu recorde histórico ao alcançar um volume mensal de 3,35 bilhões de reais. O montante é 76,4% maior que o de novembro e 17,78% superior ao de dezembro do ano passado. Somente no último trimestre - período que, tradicionalmente, concentra o maior volume de captações - as novas contribuições cresceram 19,16% sobre o mesmo intervalo de 2004. O desempenho contrasta com o do primeiro semestre, quando o total captado havia caído 5,39% na comparação com o mesmo período do ano retrasado.

As provisões ou reservas técnicas - total de recursos acumulados pelos participantes do sistema - encerraram 2005 em 77,2 bilhões de reais. A cifra é 25,79% superior à de 2004. Os planos VGBL lideraram o crescimento, com 55%, passando de 18,4 bilhões de reais para 28,6 bilhões. Os PGBLs avançaram 30%, para 21,4 bilhões. Já os planos tradicionais subiram 3% e somaram 26,7 bilhões.

Segundo a Anapp, a previdência complementar encerrou 2005 com 325 204 beneficiários, uma elevação de 24% sobre 2004. No total, foram registrados 7,354 milhões de planos individuais - alta de 8,4%. Já os planos empresariais alcançaram 147 885 contratos - 22,56% a mais.