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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O susto foi grande. Depois de meses em total lua-de-mel com o mercado, as ações da empresa americana Google caíram drasticamente nesta quarta-feira (1/2). Logo na abertura do pregão, em Nova York, os papéis chegaram a se desvalorizar em 12%, recuperando-se um pouco até o final do dia, quando encerrou com queda de 7,5%.
A explicação para tanto nervosismo está nos resultados da empresa, divulgados ontem. O lucro do Google no quarto trimestre de 2005 cresceu 82% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do resultado positivo, o mercado esperava ainda mais. Com isso, muitos preferiram livrar-se de suas ações, forçando seu preço para baixo.
Há duas semanas, outras duas empresas de tecnologia Yahoo e Intel reportaram lucro no quarto trimestre, mas assim como o Google, também não foram perdoadas pelo mercado, que derrubaram o valor de suas ações.
Desde seu IPO, em 2002, as ações do Google passaram a figurar entre as mais cobiçadas em todo o mercado financeiro. Os papéis, que estrearam na Nasdaq ao preço de 85 dólares, hoje valem cinco vezes mais. Com os resultados de ontem, abaixo do esperado, houve um temor de que a festa tivesse chegado ao fim.
Nem tanto. A queda de hoje, segundo analistas, foi apenas um reflexo de que o mercado estivesse com uma expectativa alta demais. Para isso, colaborou o fato de o Google não fazer projeções, como a maioria das empresas listadas em bolsa. "Cabe ao mercado chegar a um consenso sobre o futuro financeiro da companhia, e nem sempre se tem uma visão 100% correta", diz Charles Lieberman, chefe do departamento de investimentos da Advisors Capital Management, de Nova York.
Valor real
Tudo leva a crer que o tropeço do Google é momentâneo. Ao contrário do que aconteceu no final dos anos 90, durante a bolha da Internet, os analistas hoje são unânimes em afirmar que os fundamentos dessas companhias são mais sólidos. Para começar, elas dão lucro.
No entanto, ainda há resquícios daquela época. O analista de internet da Caris & Company, Mark Stahlman, acredita que o episódio de hoje mostra que existe um certo trauma entre as pessoas no que se refere às empresas de internet. Para ele, até certo ponto isso é saudável.
"O mercado não gostou dos resultados do Google e reagiu. Isso mostra que a empresa está sendo acompanhada bem de perto", diz Stahlman.
O analista está otimista. Segundo ele, 2006 será o melhor ano para as empresas de tecnologia desde a época da bolha. "Ainda existe espaço para crescimento e as ações vão refletir isso. Existe uma série de novos produtos prometidos para este ano e isso deve estimular o mercado", diz.