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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Este deverá ser o ano em que os cartões de débito devem empatar, em número de transações, com os de crédito no Brasil. Criados para substituir os meios tradicionais de pagamento, como o dinheiro e o cheque, os cartões de débito encerrarão 2006 com 1,9 bilhão de transações realizadas, um empate técnico com os 2 bilhões que devem ser gerados pelos de crédito, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
"Esse movimento significa maior aculturação das pessoas com o meio eletrônico de pagamento", afirma o diretor de marketing da associação, Antonio Luiz Rios. Nos últimos anos, o crescimento das operações com cartões de débito tem sido bastante forte. Em 2005, por exemplo, foram realizados 1,4 bilhão de pagamentos dessa forma, 36% mais que no ano retrasado.
Por substituir o dinheiro e o cheque em compras cotidianas, o valor médio das transações com o cartão de débito é menor. Além disso, os de crédito permitem comprar bens de maior valor, por meio do parcelamento. Por isso, estes últimos continuarão liderando em valor de vendas. A Abecs espera que os cartões movimentem um total de 261,8 bilhões de reais neste ano. Os de crédito responderão por 152,5 bilhões de reais, contra 83,5 bilhões dos de débito. O restante 25,7 bilhões deverá vir dos cartões de marca própria, como os oferecidos pelos varejistas.
A Abecs estima que os brasileiros encerrem o ano com 389 milhões de cartões em circulação, 15% mais que em 2005. O segmento de crédito deve crescer 18% e atingir 80 milhões de plásticos, contra 196 milhões de cartões de débito (alta de 15% sobre 2005), e 112 milhões de marcas próprias (14% mais).
Balanço
Em 2005, o mercado de cartões movimentou 211 bilhões de reais. A cifra indica um crescimento de 23% sobre 2004 e foi puxada, sobretudo, pela evolução dos cartões de débito, que geraram 60 bilhões de reais em vendas um incremento de 36% sobre 2004. A modalidade de crédito somou 129,1 bilhões de reais, com alta de 19%; e o segmento de marcas próprias, 22 bilhões, ou 18% mais.
O país terminou o ano com 337 milhões de cartões em circulação, uma alta de 22%. Foram 68 milhões de plásticos para crédito (27% de alta); 171 milhões para débito (24% sobre 2004), e 99 milhões de marcas próprias (15%).
Segundo Rios, os números mostram que as pessoas começaram, efetivamente, a utilizar os cartões emitidos pelas instituições financeiras. "Os plásticos estão sendo mais utilizados e por um número maior de portadores", diz.