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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A MMX Mineração e Metálicos, fundada pelo empresário Eike Batista, estréia nesta segunda-feira (24/7) no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A distribuição primária das ações, encerrada na sexta-feira (21/7) ficou abaixo do previsto pela companhia. A MMX espera que seus papéis fossem vendidos por um valor entre 1 000 reais e 1 363 reais por ação. Os investidores, porém, pagaram apenas 815 reais.
Foram distribuídas 1,452 milhão de ações, compostas por 1,262 milhão de papéis da oferta primária, mais um lote suplementar de 189 388 papéis. No total, a companhia captou 1,183 bilhão de reais. A expectativa da MMX era levantar de 1,368 bilhão a 1,859 bilhão de reais com a operação.
A MMX iniciou suas operações em dezembro de 2005, explorando minério de ferro da Mina Corumbá. Por enquanto, esta é a única atividade produtiva em curso. A direção da companhia, contudo, pretende utilizar os recursos da abertura de capital para implantar os demais projetos previstos no plano de negócios. A MMX pretende operar três sistemas integrados, capazes de extrair e processar o minério de ferro até transformá-lo em ferro gusa e produtos siderúrgicos semi-acabados. Cada sistema será composto por uma jazida de minério de ferro, usina de gusa, planta de semi-acabados e instalações logísticas, como portos e ferrovias.
Além do sistema de Corumbá, a MMX também planeja implantar dois outros pólos de produção: o de Amapá e o de Minas Rio. O cronograma de implantação do projeto estende-se até maio de 2010, quando a usina de pelotização de Minas Rio deverá iniciar as operações, com capacidade estimada de 7 milhões de toneladas anuais. A única unidade que está em operação efetiva, no momento, é a mina de Corumbá. O próximo grande passo do projeto é a inauguração da usina de ferro gusa do mesmo sistema, prevista para junho de 2007.
Se mantidos os planos originais, a maior parte dos recursos captações com a oferta de ações irá para a implantação da jazida, mineroduto e porto do sistema Minas Rio. Esses projetos consumirão 53% dos recursos levantados. A construção da usina de gusa e de produtos semi-acabados no Pará vem em segundo lugar, demandando 19% do capital.
Eike Batista foi um dos empresários prejudicados pela onda nacionalista do presidente boliviano Evo Morales. A EBX, mineradora que Batista estava implantando na Bolívia, foi expulsa do país por Morales, sob o argumento de que estava instalada em local irregular. Pela legislação do país, mineradoras não podem ser implantadas numa faixa de 50 quilômetros da fronteira - o que, segundo o governo boliviano, era o caso da EBX. A empresa afirma que está com a documentação regular. Batista já havia aplicado 50 milhões de dólares no projeto.