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Mexe muito em seus investimentos? Cuidado: rendimento pode ser menor

Estudo da gestora Pandhora mostra que quem faz menos mudanças em fundos da carteira tem rendimento superior

Quem não olha para o desempenho do fundo nos últimos 12 meses e mexe na carteira uma vez por ano registra, em média, rentabilidade de 135%. No viés de curto prazo, ela cai para 53% (Image Source/Getty Images)

Quem não olha para o desempenho do fundo nos últimos 12 meses e mexe na carteira uma vez por ano registra, em média, rentabilidade de 135%. No viés de curto prazo, ela cai para 53% (Image Source/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 15h36.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 15h36.

Você investe em fundos multimercado, mas vive monitorando o portfólio de investimentos e migrando os valores? Ou em crises, como no início da pandemia, não suporta olhar para a desvalorização das cotas e resgata o dinheiro? Está na hora de repensar esse comportamento, já que mudar esse hábito pode significar mais dinheiro no bolso.

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É o que demonstra um estudo da gestora Pandhora, que simulou uma carteira teórica com 20 grandes fundos para verificar o resultado obtido por um investidor que reavalia o portfólio a cada três meses e o outro que monitora a carteira uma vez por ano. Como resultado, quanto menor o tempo para uma nova mudança da carteira, pior foi o resultado.

A pesquisa também mostra que o viés de curto prazo na escolha de um fundo também pode ser sinônimo de retornos menores. Geralmente, a escolha do investidor se baseia na performance do fundo nos últimos 12 meses quando deveria olhar uma janela maior de tempo. Ou seja, o viés de curto prazo dos investidores pode prejudicar a performance de sua carteira, mesmo que ela seja composta por bons produtos.

Quem mexe mais vezes na carteira registra uma rentabilidade histórica de apenas 53% do CDI. Mudando a carteira anualmente e olhando períodos mais longos para escolher fundos de investimento, o retorno sobe para 135% do CDI. "No mês em que o fundo vai bem o gestor é um gênio. No mês que vai mal, a visão muda. É uma cultura das pessoas relacionada à poupança. Elas não estão acostumadas ao vaivém do mercado", diz Isaías Lopes, diretor de gestão da Pandhora.

Tabela Estudo Fundos Pandhora

Tabela Estudo Fundos Pandhora (Pandhora/Reprodução)

Conforme demonstra a tabela, à medida em que há aumento da janela de retorno, melhoram os indicadores das carteiras. Este incremento pode ser observado tanto para os resultados trimestrais quanto para os anuais.

Na análise foram simuladas seis carteiras de fundos multimercado que representam diferentes formas de escolher fundos. A janela de análise se estende de janeiro de 2016 até agosto de 2020, selecionando como universo de investimento os fundos presentes no IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) vigente no período. Depois foram selecionados os vinte fundos com maior retorno de 3,12 ou 36 meses, podendo manter na carteira os ativos escolhidos por um trimestre ou um ano. A seleção considerou apenas fundos maiores, fechados ou não para captação, e não inclui fundos exclusivos.

Lopes compara o monitoramento constante do retorno dos fundos ao cuidado de uma planta. "Se você ficar olhando todo dia o crescimento de uma planta não vai notar crescimento. Aliás, isso vai te deixar ansioso e é provável que você queira ajudar a planta a crescer e acabe criando um problema."

Além da janela de performance e o período em que um investimento é mantido na carteira, existem outros fatores importantes a serem considerados ao montar uma carteira balanceada e diversificada de fundos, como concentração e descorrelação entre os ativos, além do índice de sharpe, volatilidade e drawdown (outro parâmetro que mede a volatilidade do fundo).

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