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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O mercado de títulos de capitalização espera fechar 2006 com reservas - volume de dinheiro aplicado nos papéis - próximas a 12 bilhões de reais. Se confirmada, a projeção representará um crescimento de 12% sobre os 10,5 bilhões de reais com que o setor encerrou o ano passado. O desempenho será estimulado por mudanças na legislação esperadas para o primeiro semestre; pelo lançamento de novos produtos; e pela maior divulgação dos títulos entre os consumidores.
"Este será um ano de transição para os títulos de capitalização", diz Rita Batista, presidente da Comissão de Capitalização da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados (Fenaseg). Até junho, o setor espera uma nova regulamentação, que incorpore inovações criadas pelas empresas nos últimos anos. Até o momento, o setor é regido por uma única norma, a Circular Nº 130, publicada em 2000 pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A nova legislação dividirá os títulos de capitalização em quatro categorias (tradicional, popular, compra programada, e empresarial), o que permitirá às empresas aprofundar a segmentação do mercado, cobrindo todos os tipos de consumidores. "Atualmente, os títulos estão muito concentrados na classe média", diz Rita. Com a regulamentação, haverá mais possibilidade de atender públicos variados, como o de baixa renda ou o de maior poder aquisitivo.
Outro fator que puxará o desempenho desse segmento, em 2006, será a Copa do Mundo. Segundo Rita, as empresas preparam promoções para incentivar a compra de títulos durante o campeonato, como sorteios de viagens, aparelhos de TVs ou quantias em dinheiro. "Esperamos um aquecimento de vendas em junho e julho", afirma.
Com isso, o faturamento do setor - total de títulos vendidos - deve chegar a aproximadamente 7,5 bilhões de reais, um avanço de 8% sobre os 6,9 bilhões obtidos no ano passado. Segundo Rita, o desempenho poderia ser melhor, se não fosse o tempo necessário para que as empresas se adaptem à nova legislação que será publicada pela Susep.
Maior divulgação
No ano passado, o mercado de capitalização cresceu 15%, em reservas, e 4,6%, em faturamento sobre 2004. Para Rita, os números refletem o maior esforço de marketing das empresas para promover seus produtos.
Além disso, os clientes estão permanecendo mais tempo com os títulos, o que amplia as reservas, já que os saques dos valores aplicados estão mais espaçados. Segundo Rita, até 1999, um comprador permanecia 24 meses, em média, com o título antes de resgatá-lo. Hoje, o prazo é de 48 meses.