Fidelização: mercado cresce mais de 10% no 1T24, segundo estudo (Latam/Reprodução)
Repórter de finanças
Publicado em 15 de julho de 2024 às 07h00.
O mercado de fidelização no Brasil está em expansão: um estudo da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF) disponibilizado em primeira mão à EXAME Invest mostrou que a indústria atingiu um faturamento de R$ 5,2 bilhões no primeiro trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 13,6% em relação ao mesmo período de 2023.
Ao todo, os consumidores trocaram 191,8 bilhões de pontos e milhas por produtos, serviços e passagens aéreas no período, o correspondente a um aumento de 11% ante o mesmo período do ano anterior. Segundo o estudo, o número de cadastros também aumentou, ultrapassando a marca dos 319,4 milhões de clientes.
De acordo com Paulo Curro, diretor executivo da ABEMF - que conta em seu quadro de associadas com empresas como Azul, Esfera, Latam, Livelo, Mastercard, Smiles e Stix - o crescimento do setor se deve à valorização crescente dos consumidores pelos benefícios oferecidos pelos programas de fidelidade.
"Nossa pesquisa, em parceria com o Tudo Sobre Incentivos, mostra que 85,2% dos entrevistados em 2023 preferem realizar suas compras em marcas que oferecem programas de fidelidade ou benefícios, um aumento significativo em relação aos 72% de 2022. Os consumidores, inclusive, sentem, cada vez mais que, não participar de programas significaria perder dinheiro, segundo 16,4%.”
O resgate de passagens aéreas continua sendo a principal forma de utilização dos pontos e milhas. No primeiro trimestre de 2024, 79,6% dos 191,8 bilhões de pontos resgatados foram usados para a compra de passagens aéreas. Os campeões dos destinos internacionais mais buscados foram Buenos Aires (1º), Orlando (2º) e Miami (3º). Já nos nacionais, lideraram as preferências São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º) e Brasília (3º).
Entretanto, a pesquisa mostra que produtos e serviços do varejo também têm ganhado espaço, representando 20,4% dos resgates. Para Curro, o investimento das empresas de fidelização cada vez mais em uma maior variedade de benefícios, também colaboram para esse cenário. Ele afirma que a troca por passagens aéreas segue sendo a queridinha do público, “mas o interesse dos clientes por produtos e serviços variados também vem crescendo nos últimos anos, e a tendência é que continue em evolução.”
O relatório ainda mostra que o acúmulo (não o uso) de pontos/milhas no primeiro trimestre deste ano foi ainda maior, atingindo a marca dos 219,1 bilhões, 10,7% maior do que o mesmo período do ano passado. Desse montante, 93,7% foi recebido por meio da realização de compras no varejo, indústria e nos bancos, incluindo as transações com cartões de débito e crédito, e 6,3% emitidos na compra de passagens aéreas.