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Mercado de capitais brasileiro cresceu 73,8% no ano passado

Total de ofertas atingiu 119,898 bilhões de reais, puxado por emissões primárias de ações e debêntures simples

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

O mercado de capitais brasileiro fechou 2006 com uma expansão de 73,8%. O total de ofertas alcançou 119,898 bilhões de reais, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), que atribui o resultado à estabilidade do cenário internacional e à alta liquidez dos mercados mundiais. Além disso, os investidores também mostraram-se mais dispostos ao risco, o que contribuiu para a absorção dos papéis emitidos.

Em termos de volume, as debêntures simples lideraram as ofertas, com 69,464 bilhões de reais emitidos. O volume é 67% maior que os 41,539 bilhões lançados em 2005. Já em relação à taxa de crescimento, a emissão primária de ações foi a primeira do ranking, ao saltar 280% e totalizar 16,588 bilhões de reais, ante 4,365 bilhões do ano retrasado. Em seguida, vieram a distribuição secundária de ações (14,719 bilhões), os fundos de investimento em direito creditório (FIDC, com 12,777 bilhões).

Renda variável

No mercado de renda variável, composto pela emissão de ações e ADRs (American Depositary Receipts - títulos de empresas brasileiras negociados nos Estados Unidos), o montante chegou a 31,3 bilhões de reais. O valor representa um avanço de 121% sobre os 14,142 bilhões emitidos no ano retrasado. A cifra abrange emissões primárias, secundárias e ADRs.

Foram realizadas 43 ofertas de ações, das quais 27 foram ofertas iniciais - os IPOs, na sigla em inglês. Os investidores estrangeiros demonstraram grande apetite por papéis de empresas brasileiras, absorvendo 67% de todo o volume de ações lançado em 2006. Em 2005, a participação fora de 60%.

Renda fixa

Os papéis de renda fixa, como debêntures e notas promissórias, responderam por 73,89% das ofertas públicas em 2006 - o equivalente a 88,59 bilhões de reais. O volume, em si, apresentou crescimento de 69% sobre 2005.

As debêntures foram o principal instrumento de captação nesse segmento. As do tipo simples captaram 69,464 bilhões de reais. Em 2005, a cifra alcançou 41,539 bilhões. Não houve operações com debêntures conversíveis no último ano.

Outro instrumento de renda fixa foram as notas promissórias, utilizadas geralmente como empréstimos-ponte, uma espécie de financiamento de curto prazo, válido até que uma operação mais longa seja estruturada e a substitua. O valor praticamente dobrou, passando de 2,632 bilhões para 5,279 bilhões de reais na comparação.

Projeções para 2007

De acordo com a Anbid, o ano começou aquecido. Até a terceira semana de março, foram registrados 11,62 bilhões de reais em ofertas públicas, sendo 76% do valor representado pela emissão de ações. A associação estima que pelo menos 30 empresas vão abrir o capital em 2007, o que mostra o potencial de expansão do mercado.

No mercado externo, os investidores detêm 10,9 bilhões de dólares em títulos que vencerão neste ano. Outros 383 milhões terão exercício de opções de compra ou venda.

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