Minhas Finanças

O melhor imóvel para os aposentados

Boa localização e corte inteligente de gastos devem se aliar a conforto e facilidade; veja cinco dicas para fazer a melhor escolha

Santos, no litoral paulista, é uma das cidades mais procuradas por aposentados (.)

Santos, no litoral paulista, é uma das cidades mais procuradas por aposentados (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - Para a maior parte das pessoas, a aposentadoria traz consigo uma série de novas necessidades. Os filhos crescidos já não moram mais com os pais, mas podem fazer visitas e trazer os netos. O término da vida ativa pode levar a alguma perda de renda. A idade avançada torna a saúde mais frágil. Provavelmente, o tempo passado dentro de casa será bem maior.

Essas mudanças tornam necessário repensar se a atual moradia é adequada ao novo estilo de vida. "Pela minha experiência, muita gente nessa fase da vida se arrepende do imóvel que comprou", diz Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef) e autor do livro "Imóveis: seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio".

Isso porque muitas pessoas compram o imóvel ainda durante o período da ativa sem considerar as dificuldades que poderão enfrentar quando ficarem mais velhas. Ou pior: adquirem um novo imóvel já depois de aposentadas sem levar em conta fatores que podem se tornar verdadeiras dores de cabeça.

Na opinião de Luiz Calado, não há idade certa para comprar o imóvel ideal para a aposentadoria. Pode ser, inclusive, que o melhor imóvel não seja próprio, mas um apartamento alugado, ou mesmo um flat. Algumas pessoas podem, ainda, preferir voltar a morar com os filhos. "O importante é que a escolha seja feita em conjunto com a família, especialmente se envolver mudanças radicais, como a ida para outra cidade", afirma Calado.

Para evitar arrependimentos, a chave é equilibrar a balança. De um lado, é preciso ser realista em relação à própria saúde, às condições financeiras e à nova configuração familiar. Além disso, é hora de buscar conforto e facilidade. Confira as orientações para acertar na escolha do imóvel para a aposentadoria.

    <hr>                                   <p class="pagina"><strong>1 - Priorize a boa localização</strong><br><br>Santos, no litoral paulista, Florianópolis, Curitiba e o bairro carioca de Copacabana. Todos esses locais têm em comum uma vasta população aposentada. E não é à toa. Topografia plana, infraestrutura para a terceira idade e áreas de lazer ao ar livre são grandes atrativos para esse tipo de público.<br><br>A localização talvez seja o quesito mais importante para quem pensa em trocar de imóvel depois de se aposentar. O novo lar deve, de preferência, localizar-se em um local plano, com ampla oferta de transporte público e de opções de lazer, para facilitar o deslocamento e a prática de exercícios.<br><br>Quanto mais fácil for a vida, melhor. Por isso, nada como a acessibilidade ao comércio, aos serviços de saúde e aos locais que se costuma frequentar, como praças, clubes e academias. Mas é importante observar a tranquilidade da vizinhança. A principal dica é visitar o imóvel em diferentes horários do dia e até mesmo nos fins de semana para checar itens como insolação, nível de ruído e incidência de eventos nos arredores, como feiras livres - o que pode ser um incômodo ou uma grande facilidade.<br><br>A busca pela melhor vizinhança pode levar desde uma simples troca de bairro a uma radical mudança de cidade. Muita gente sonha em ir para um lugar mais tranquilo ao se aposentar, ou simplesmente não consegue mais arcar com os altos custos da vida nas regiões metropolitanas.<br><br>De fato, o interior pode oferecer uma segurança e uma paz difíceis de encontrar nos grandes centros, e o litoral pode se revelar um paraíso na terra. Mas atenção: cidades muito pequenas e isoladas podem não dispor da infraestrutura mais adequada para quem já tem uma idade avançada, em especial em matéria de atendimento de saúde. E é sempre bom refletir se um afastamento da família e dos amigos é mesmo a melhor opção nessa fase da vida.</p>        <hr>                                                               <p class="pagina"><strong>2 - Prefira um imóvel menor</strong><br><br>Quando a renda avança e a família cresce, é normal que se opte por uma residência maior. Muitas vezes, depois da aposentadoria, a busca por conforto e a expectativa da visita de um filho ou neto levam as pessoas a adotar a mesma lógica.<br><br>Acontece que residências grandes são mais caras, implicam custos mais altos de manutenção e condomínio (no caso dos apartamentos) e dão mais trabalho para limpar. Para quem quer cortar gastos sem abdicar do conforto, trocar a residência familiar por um imóvel menor pode ser uma ótima saída.<br><br>Embora cômodos amplos permitam fácil deslocamento e arrumação, cômodos menores não necessariamente serão desconfortáveis. "O imóvel novo geralmente tem uma disposição interna mais inteligente. E se for comprado na planta, é possível solicitar algumas alterações úteis antes de construir, como transformar um banheiro em dois", explica Luiz Calado.<br><br><strong>3 - Economize sem cortar o essencial</strong><br><br>De olho em uma possível queda do poder aquisitivo, Calado aconselha ainda a economizar o máximo possível no valor do condomínio, caso o aposentado tenha a intenção de morar em apartamento. Mas não se deve abrir mão de elementos fundamentais, como elevador e vaga na garagem. "Não é bom que uma pessoa idosa fique procurando vaga na rua", diz o vice-presidente do Ibef. Dependendo da cidade e da região, porteiro 24 horas também pode ser um item de segurança indispensável.<br><br>Quem preferir morar em casa desfrutará da vantagem de não ter que pagar condomínio, mas somente o que for consumido. Por outro lado, casas podem estar mais expostas à ação de bandidos - por exemplo, quando o morador viaja. Fora a trabalheira: é preciso cuidar de tudo por conta própria, desde o recebimento de uma entrega a um conserto de encanamento.</p>        <hr>                                                    <p class="pagina"><strong>4 - Comprar não é necessariamente a melhor opção</strong><br><br>É possível que o aposentado já esteja instalado no imóvel de seus sonhos. Depois de uma vida inteira de trabalho e poupança, o financiamento está quitado e não existe mais a intenção de mudar.<br><br>Mas um novo lar pode ser mesmo necessário. Nesse caso é melhor comprar ou alugar? Depende. Para Luiz Calado, a compra só se justifica caso a intenção seja morar no imóvel por, no mínimo, dez anos. "Se for evidente que será preciso mudar para a casa dos filhos poucos anos depois é melhor não comprar. E deve-se evitar ao máximo ter que vender às pressas", explica.<br><br>Além disso, quanto mais velho o comprador, menor é o tempo do financiamento habitacional. A soma da idade do mutuário e do número de anos de financiamento não deve ultrapassar 75. Ou seja, uma pessoa de 65 anos só pode financiar um imóvel por, no máximo, dez anos.<br><br>Alugar pode ser uma saída mais viável e menos trabalhosa, principalmente para quem quer se desfazer do imóvel próprio. Uma opção é continuar morando de aluguel em casa depois de vendê-la. Mas algumas pessoas escolhem saídas mais "radicais", como flats ou residenciais.<br><br>Esse tipo de imóvel é para quem tem poder aquisitivo mais alto e não quer mais se preocupar com a administração de uma casa. Flats costumam ser caros, mas contam com serviços padronizados de limpeza, arrumação e lavanderia, além de manobristas e outras facilidades hoteleiras. Já os residenciais voltados para a terceira idade funcionam como hotéis, que contam com apartamentos adaptados, serviço de saúde 24 horas e atividades de lazer.</p>         <hr>                                                   <p class="pagina"><strong>5 - Adapte o imóvel internamente</strong><br><br>Com o passar do tempo, a idade avançada pode trazer uma saúde mais frágil, e pode ser que adaptações internas no imóvel se tornem necessárias. Sheila Bigon Cunha, supervisora de enfermagem do Residencial Santa Catarina, voltado exclusivamente para maiores de 60 anos, orienta:<br><br><strong>- Evite tapetes.</strong> Eles aumentam o risco de quedas;<br><br><strong>- Opte por iluminação forte.</strong> À noite, deixe lâmpadas de luz indireta acesas no caminho para o banheiro ou a cozinha;<br><br><strong>- Evite móveis pontiagudos.</strong> Prefira aqueles com pontas arredondadas, para evitar ferimentos em caso de esbarrões ou quedas;<br><br><strong>- Evite escadas. </strong>Se for possível se instalar no primeiro andar da casa, tanto melhor;<br><br><strong>- Instale barras de apoio.</strong> Pelo menos no banheiro, para o vaso sanitário e para o boxe;<br><br><strong>- Instale um banco no banheiro.</strong> Chumbado na parede, para não escorregar. Alguns idosos podem se sentir cansados ou passar mal durante o banho;<br><br><strong>- Instale faixas antiderrapantes nos degraus da escada;</strong><br><br><strong>- Deixe os objetos à mão. </strong>Evite deixar os objetos utilizados com frequência em locais muito altos ou muito baixos, para não precisar usar escadinhas ou se abaixar;<br><br><strong>- Quanto menos móveis, melhor.</strong></p>        
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