O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou o ano de 2005 com lucro recorde. A instituição financeira ligada ao governo federal - e que por isso não visa o lucro - obteve um ganho de 3,202 bilhões de reais, pouco mais que o dobro do registrado em 2004. No total, os desembolsos (recursos liberados para financiamento) somaram 47,1 bilhões de reais.

Em comunicado, o banco informou que um dos destaques do ano passado foi o lançamento da segunda oferta pública de cotas do PIBB - Papéis Índice Brasil Bovespa - fundo administrado pelo BNDES e cuja carteira acompanha o desempenho do IbrX (índice que reúne as 50 ações mais líquidas da Bovespa). A demanda por essas cotas foi grande, elevando a oferta inicial de 1 bilhão de reais para 2,3 bilhão de reais. O operação gerou um ganho líquido de 534 milhões de reais ao BNDES.

Quem mais recebeu empréstimos do BNDES em 2005 foi a indústria, beneficiada com 23,4 bilhões de reais, número 48% maior que o do ano anterior. Já o segmento de infra-estrutura recebeu 17,1 bilhão de reais, 12,7% mais do que em 2004.

Em janeiro, porém, os desembolsos ficaram 34% abaixo que o registrado em janeiro de 2005, somando 2,5 bilhões de reais. A razão para esta queda está na indústria: no segmento de material de transporte, por exemplo, a queda no volume liberado pelo banco foi de 89%.

A boa notícia é que, nesse período, o BNDES registrou um aumento expressivo no número de cartas-consulta (o primeiro contato que os candidatos a financiamento fazem com o banco), que subiu 72% em janeiro. "Esse índice é um importante indicador da disposição dos empresários em realizar investimentos produtivos no país", diz o comunicado do BNDES.