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Juros sobem e NTN-B volta a pagar 6% ao ano

Diante da instabilidade, bancos estão revendo estimativas para Selic, que eram de um corte de 0,5 ponto percentual até o fim do ano

Dinheiro: em meio a essa alta dos juros, o Tesouro Direto suspendeu as negociações com títulos do governo pelo segundo dia consecutivo (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

Dinheiro: em meio a essa alta dos juros, o Tesouro Direto suspendeu as negociações com títulos do governo pelo segundo dia consecutivo (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 11h17.

Última atualização em 29 de novembro de 2016 às 20h55.

Os juros futuros dispararam hoje com a incerteza com o cenário externo após a eleição do republicano Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, acompanhando a alta do dólar e dos juros americanos.

Os juros para este ano, conforme projeções dos contratos futuros de DI para janeiro de 2017, se aproximam de 13,75% ao ano e fecharam hoje a 13,715%, 0,015 ponto percentual acima de ontem, e indicando que o Comitê de Política Monetária vai reduzir os juros básicos, hoje em 14% ao ano, em apenas 0,25 ponto na reunião do fim deste mês.

Diante da instabilidade, os bancos estão revendo suas estimativas para a taxa Selic, que eram de um corte de 0,5 ponto percentual até o fim do ano.

O Banco Itaú mudou sua expectativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, de 0,50 ponto percentual para um corte de 0,25 ponto.

Com isso, a taxa fechará o ano em 13,75%, e não mais 13,50% como esperava o banco. A projeção para 2017 segue de uma Selic em 10%.

Já o contrato de DI futuro para janeiro de 2018, que projeta o juro para o ano que vem, fechou projetando 12,36%, ante 12,30% ontem.

Para 2021, a taxa já supera os 12% ao ano e projeta 12,04%, 0,11 ponto acima do fechamento de ontem e mais de meio ponto acima de quarta-feira.

Juros sobem no Tesouro Direto

Em meio a essa alta dos juros, o Tesouro Direto suspendeu as negociações com títulos do governo pelo segundo dia consecutivo, devido à dificuldade em formar uma taxa de mercado para os papéis mais longos. O mercado retomou os negócios às 14h30, mas com taxas mais altas.

Os papéis corrigidos pela inflação, as NTN-B, que pagavam juros reais de 5,88% ao ano ontem para o vencimento 2035, hoje pagam 6,07%.

Os papéis prefixados, as LTN, para 2023, voltaram a ser negociadas hoje por 12,38%, ante 11,66% ontem. No fim do dia, as taxas recuaram para 12,13% ao ano.

Perdas podem chegar a mais de 8% em 30 dias

Com a alta dos juros, os papéis antigos, com taxas mais baixas, terão de ajustar seus preços e, por isso, terão perdas, que aparecerão nos extratos do Tesouro direto e nos fundos de investimentos.

Quanto mais longo o papel, maior a perda. Por exemplo, a NTN-B  Principal 2035 acumula uma perda de 8,47% nos últimos 30 dias, segundo o Tesouro, o que terá impacto também nos fundos de investimentos.

O investidor, porém, não precisa se preocupar, pois essas perdas são apenas virtuais, e só se tornarão reais se o papel for vendido agora. Para quem vai carregar o papel até o vencimento, a taxa será exatamente a do momento da aplicação.

Já quem pensa em aplicar, as taxas hoje estão mais atrativas, dizem analistas, que levam em conta uma recuperação do país e o avanço das reformas fiscais.

As perdas vão aparecer também nos fundos de investimentos que possuem esses papéis, como os renda fixa duração longa e os multimercados, que terão de ajustar suas cotas ajustadas pelo valor de mercado dos papéis.

A tendência, porém, é que essas perdas sejam compensadas quando os juros voltarem a cair.

Abaixo, tabela com o desempenho dos papéis nos últimos 30 dias.

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