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Juros do cartão de crédito chegam a 15,43% ao mês, diz Anefac

Apesar da taxa média ficar praticamente estável, o cartão crédito continua nas alturas com uma taxa de 459,53% ao ano

Cartão de crédito: resultados de juros reforçam a recomendação para que as pessoas evitem dívidas nessas duas modalidades de crédito (foto/Getty Images)

Cartão de crédito: resultados de juros reforçam a recomendação para que as pessoas evitem dívidas nessas duas modalidades de crédito (foto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 10h24.

Quase não houve alteração nas taxas de juros para a pessoa física entre outubro e novembro, segundo pesquisa feita em seis modalidades pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Na média, a taxa ficou estável em 8,2% ao mês e 157,47% ao ano, a menor desde agosto último.

Ontem, ao participar de almoço da Federal Brasileira dos Bancos (Febraban), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ele mesmo ex-presidente do BankBoston, cobrou dos banqueiros uma redução dos juros, lembrando que, como o Banco Central (BC) baixou a taxa Selic e as taxas dos empréstimos não caíram, aumentou o ganho dos bancos (spread, diferença entre custo de captação e a taxa do crédito).

Dívida dobra em cinco meses no cartão e seis no cheque especial

Apesar da taxa média ficar praticamente estável, um dos principais meios de consumo, o cartão crédito continua nas alturas com uma taxa de 459,53% ao ano com alta de 0,26% acima da registrada em outubro último, o que equivale a 15,43% ao mês. Com essa taxa, a dívida dobra em cinco meses (104,9% no período).

A segunda modalidade mais cara para o consumidor continua sendo o cheque especial, com taxa mensal de 12,56% e 313,63% ao ano, tendo sido elevada em 0,40%. No caso do cheque especial, a dívida dobra em seis meses (103% no período).

Esses números reforçam a recomendação para que as pessoas evitem ficar devendo nessas duas modalidades de crédito, que só devem ser usadas em emergências, em último caso e pelo menor prazo possível, alguns dias apenas no caso do cheque especial e no menor valor possível no rotativo do cartão de crédito.

Vale a pena até sacar de aplicações para pagar a dívida, pois não há rendimento que compense o custo desses empréstimos.

Financeiras cobram 8,35% ao ano no crédito pessoal

A maior elevação do período foi constata no empréstimo pessoal junto a financeiras que estavam cobrando 8,35% ao mês e 161,79% ao ano, um aumento de 0,95%.

E o que levou a estabilidade da taxa média foi o recuo no empréstimo pessoal bancário de 1,28% . Neste tipo de financiamento, a taxa ao mês passou de 4,68% para 4,62%, atingindo 71,94% ao ano.

No período, também ficou estável o juro sobre o Crédito Direito ao Consumidor (CDC) oferecido pelos bancos para a compra de automóveis. A taxa foi mantida como a mais baixa, de 2,32% ao mês e 31,68% ao ano.

Já no comércio, o custo do crédito alcançou 5,90% ao mês e 98,95% ao ano, ou 0,68% mais do que em outubro.

Impacto da Selic

O diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, prevê apenas para o começo do próximo ano uma diminuição nas taxas como efeito do corte de 0,25 ponto percentual na Taxa Básica de Juros, a Selic) pelo Banco Central.

“Com certeza essa queda, eventualmente, será repassada para as taxas de juros das operações de crédito e será observada na próxima pesquisa de juros, a ser divulgada em janeiro de 2017”, disse.

Por meio de nota, ele afirmou que o fato de o Banco Central ter efetuado essa baixa no último dia do mês ainda não houve tempo hábil para um impacto no mercado.

Para ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve decidir por novas reduções “tendo em vista a melhora das expectativas quanto à redução da inflação bem como na melhora fiscal”.

O executivo alerta, porém, que como permanecem os riscos de inadimplência elevada, isso pode influenciar nos juros do mercado, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

Pelos cálculos da Anefac, de março de 2013 a novembro deste ano, a taxa Selic aumentou 6,50 pontos percentuais, passando de 7,25% ao ano para 13,75%.

No mesmo período, a taxa média de juros para pessoa física ficou 79% maior (elevação de 69,50 pontos percentuais) ao saltar de 87,97% para 157,47%.

Empresas

Duas das três linhas de crédito utilizadas por empresas tiveram elevação. Na média, a taxa ficou em 4,82% ao mês e 75,93% ao ano. Na modalidade Desconto de Duplicata, houve alta de 0,61%, passando para 3,29% ao mês e 47,47% ao ano e, na conta garantida, aumento de 0,35% ao atingir 8,5% ao mês e 166,17% ao ano.

Em relação à tomada para capital de giro, a variação foi negativa em 1,1% com a taxa de 2,67% ao mês e 37,03% ao ano, a menor desde março deste ano.

No caso dos empréstimos para pessoas jurídicas, os juros subiram 32,35 pontos percentuais ou 74,23% entre março de 2013 e novembro deste ano (de 43,58% para 75,93% ao ano).

Essa matéria foi originalmente publicada no blog Arena do Pavini.

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