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Juros de títulos do Tesouro Direto superam 13% ao ano

Alta dos juros de títulos públicos com prazo de vencimento longo acontece após mudança na meta fiscal


	Notas de real: as taxas longas foram mais afetadas e voltaram a ficar acima de 13% ao ano
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Notas de real: as taxas longas foram mais afetadas e voltaram a ficar acima de 13% ao ano (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 14h07.

São Paulo - Os juros dos títulos públicos negociados no sistema via internet do Tesouro Direto tiveram forte alta hoje, acompanhando os mercados futuros e a piora nas expectativas para as contas públicas após o governo reduzir as metas para o superávit primário neste e nos próximos dois anos.

A redução do superávit significa menos dinheiro para pagar a dívida interna e traz o risco de as agências de rating retiraram a nota de grau de investimento de baixo risco do país, o que aumentaria o custo de captação do governo e das empresas brasileiras.

Por isso, as taxas longas foram mais afetadas e voltaram a ficar acima de 13% ao ano.

Pré volta aos 13% ao ano

Como resultado, os juros dos títulos públicos oferecidos no Tesouro Direto subiram, especialmente os prefixados, que voltaram a superar os 13% ao ano para prazos mais longos pela primeira vez desde abril.

A Nota do Tesouro Nacional Final (NTN-F), que paga juros semestrais e tem prazo mais longo, até 2025, pagava hoje à tarde 13,04%.

Ontem, esses mesmos papéis pagavam 12,33%. As Letras Financeiras do Tesouro (LTN), também prefixadas, mas que só pagam juros no final, pagavam hoje 13,21% para 2018 e 13,06% para 2021, ante 12,72% e 12,41% ao ano ontem, respectivamente.

Já as NTN-B Principal, que pagam juros mais inflação, tudo no final, passaram a pagar juros reais de 6,58% ao ano para o vencimento 2035, ante 6,25% ontem, a maior taxa desde 20 de março. No prazo mais curto, para 2019, a taxa real era de 6,71% mais IPCA, para 6,29% ontem. Para 2024, a taxa subiu para 6,62% ao ano, ante 6,22% ontem.

Fundos e papéis terão perdas, mas só para quem resgatar

A alta dos juros dos papéis deve ter impacto nos fundos renda fixa, especialmente os renda fixa índices, que aplicam somente em NTN-B. Esses fundos devem ter perdas nas cotas de hoje, mas isso não significa que o investidor perdeu dinheiro.

Trata-se de um ajuste, uma vez que, com a alta dos juros, os papéis antigos, com taxas mais baixas, passam a valer menos. Mas daqui por diante, a rentabilidade do fundo será maior, já ajustada ao juro atual, e quem sacar perderá a recuperação.

No longo prazo, esses fundos rendem a taxa equivalente à média da data da aplicação.

Assim, quem aplicou com um juro um pouco mais baixo que o atual vai receber, entre altas e baixas das cotas, aproximadamente o mesmo valor esperado em alguns anos.

O mesmo vale para quem comprou a NTN-B direto. O preço vai cair para quem precisar vender agora, mas o papel vai continuar rendendo o combinado no ato da compra.

Fundos DI e renda fixa

Os fundos renda fixa em geral vão sofrer, mas menos, pois diversificam boa parte da carteira com papéis indexados ao CDI ou ao juro Selic, como as LFT.

Já os fundos DI não terão ganhos imediatos, mas também não sofrerão redução de sua rentabilidade, atrelada ao juro diário do overnight Selic.

Daqui para frente, se os juros se estabilizarem ou caírem um pouco, os fundos renda fixa tendem a render mais que os DI. Mas somente se o juro não voltar a subir. Para quem não quer correr risco, aplicações atreladas ao CDI são recomendadas para o curto prazo.

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