Minhas Finanças

Juro da NTN-B chega a 8% e Tesouro Direto suspende negócios

Para 2024, a taxa subiu para 7,75% mais IPCA e, para 2035, 7,54% reais


	A flutuação forte fez o Tesouro Direto suspender os negócios às 14h40
 (Reprodução)

A flutuação forte fez o Tesouro Direto suspender os negócios às 14h40 (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 17h21.

São Paulo - Os juros dos papéis do governo voltaram a subir hoje, com o título corrigido pela inflação (NTN-B) e juros somente no final (Principal) pagando 8,03% reais mais IPCA para o vencimento 2019.

Para 2024, a taxa subiu para 7,75% mais IPCA e, para 2035, 7,54% reais.

Os papéis prefixados (LTN) também subiram, e pagavam 16,60% ao ano para o vencimento 2018 e 16,38% para o 2021.

As taxas começaram a recuar no começo da tarde, após o Tesouro anunciar o resultado primário do governo central de agosto, bem abaixo do previsto pelo mercado.

A flutuação forte fez o Tesouro Direto, sistema de negociação via internet de papéis federais, suspender os negócios às 14h40. A expectativa agora é que o mercado volte apenas às 18 horas, segundo o site do Tesouro Direto.

O juro da NTN-B 2019 já tinha batido 8,03% ao ano na quinta-feira da semana passada e é uma das taxas mais altas desde a crise mundial de 2008.

Os números mostram o nervosismo dos mercados com um possível rebaixamento da nota brasileira pela Fitch e as incertezas políticas vividas pelo país.

Comprar ou vender?

Com a alta dos juros, muitos que compraram papéis do Tesouro com taxas mais baixas estão vendo os valores de suas aplicações recuarem. Isso ocorre porque os preços dos papéis oscilam de acordo com os juros de mercado.

O rendimento do investidor é a diferença entre o valor atual do papel e quanto ele estará valendo no vencimento. Portanto, quanto maior o juro, menor o preço do papel e maior a diferença a receber até o vencimento.

Portanto, quem comprou um papel com juro de 6,5% ao ano mais IPCA para 2019 hoje está tendo uma perda no valor do seu título, pois o papel hoje vale menos, para se ajustar à taxa atual de 8,03% ao ano.

Mas isso só vale se o papel for vendido hoje. Se for mantido até o vencimento, ele pagará exatamente os 6,5% ao ano mais IPCA.

Já se vender o papel hoje, o investidor ficará com o prejuízo. E, imaginando uma melhora do país nos próximos anos, a taxa de 6,5% reais é bastante expressiva.

Trocar seis por meia dúzia

Algumas pessoas pensam que vale a pena então vender o papel que rendia 6,5% e comprar outro que rende 8%. Isso é bobagem, pois, o preço do papel antigo hoje já é igual ao de 8%.

Ou seja, para o mercado hoje, o investidor já perdeu e vai apenas trocar “seis por meia dúzia”. E, ao vender, o investidor ainda pagará imposto mais alto sobre o ganho que eventualmente teve desde a aplicação.

E não ganhará nada mais pois, daqui para frente, o papel que ele tem, com o preço mais baixo, já paga os mesmos 8% oferecidos pelo mercado.

Assim, quem quiser aproveitar pode comprar um pouco mais de títulos novos, mas com dinheiro novo ou vindo de aplicações como fundos DI, que permitem o resgate sem custos maiores.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasGovernoJurosMercado financeiroTaxasTesouro DiretoTítulos públicos

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2.799; prêmio é de R$ 20,2 milhões

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio estimado em R$ 18 milhões

Justiça libera R$ 2,6 bilhões em atrasados do INSS; veja quem recebe

Procon-SP alerta consumidores para evitar problemas com pacotes de viagem nas férias