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IPTU e IPVA: melhor parcelar, financiar ou pagar à vista?

Saiba qual a melhor forma de pagar as despesas de início de ano, de acordo com a sua situação financeira


	Nota de 50 reais: quem tem dinheiro na mão deve aproveitar os descontos à vista.
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Nota de 50 reais: quem tem dinheiro na mão deve aproveitar os descontos à vista. (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 08h38.

São Paulo – Você já sabe como vai fazer para pagar despesas de início de ano como IPTU, IPVA, e material escolar? Você pode pagá-las à vista – o que, em certos casos, gera um desconto –, parcelá-las e abrir mão do desconto, ou obter um empréstimo no banco. Veja qual a forma de pagamento mais adequada de acordo com a sua situação financeira:

1 Pagamento à vista

Essa é a melhor forma de pagamento se você tem dinheiro na conta ou investido em aplicações financeiras de alta liquidez, como poupança, CDB-DI ou fundos DI e de renda fixa.

Em diversas localidades, o governo oferece descontos para quem pagar à vista o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

“Aproveitar o desconto é como aproveitar uma taxa de juros implícita. Dificilmente uma aplicação financeira vai oferecer uma taxa maior”, diz Eduardo Coutinho, coordenador de Curso de Administração do IBMEC-MG e consultor.

Em Belo Horizonte, o desconto para quem pagar o IPTU à vista ainda em janeiro é de 7%, enquanto que em Curitiba é de 6% e vale até 10 de fevereiro. Em São Paulo, o desconto para pagamento à vista em janeiro é de 4%.

No estado do Rio, por exemplo, quem pagar o IPVA em cota única no mês de janeiro terá 10% de desconto, enquanto que em São Paulo o desconto é de apenas 3%.

Mesmo o desconto menor ainda é maior do que as aplicações financeiras mais conservadoras costumam pagar em um mês.

A caderneta de poupança, por exemplo, paga só 0,5% ao mês mais Taxa Referencial, e mesmo um fundo DI ou de renda fixa tem dificuldade de render 1% em um único mês.

Se der para aproveitar algum desconto na compra à vista do material escolar, essa é também a melhor pedida para gastar menos.

2 Parcelamento

Para quem não tem dinheiro em mãos para quitar os impostos e as compras à vista com desconto, a melhor opção costuma ser o parcelamento.

Tanto ao parcelar a compra do material escolar no cartão de crédito quanto ao parcelar os impostos, abre-se mão do possível desconto à vista, o que na prática se trata de um pagamento de juros embutidos.

Contudo, esse juro ainda costuma ser menor do que os juros das linhas de crédito que os bancos costumam oferecer, como é o caso do crédito pessoal. Desde, é claro, que o pagamento seja feito corretamente até a data de vencimento.

3 Financiamento

Esta costuma ser a forma mais desvantajosa de pagar as despesas de início de ano. Segundo o professor Eduardo Coutinho, em geral não vale a pena pegar um empréstimo para quitar os impostos à vista e aproveitar o desconto.


Isso ocorre porque normalmente os juros das linhas de crédito oferecidas pelos bancos para esta finalidade são altos, fazendo com que o Custo Efetivo Total (CET) da operação supere o valor do desconto à vista. O CET inclui, além dos juros, outras taxas do financiamento.

Além disso, quanto maior o prazo do financiamento, maiores os juros e o CET.

A linha de crédito normalmente oferecida para pagar as despesas de início do ano é o crédito pessoal, que por não ter nenhuma garantia (como salário, imóvel ou investimentos), acaba sendo mais cara do que as linhas que contam com garantias.

Uma taxa de juros em torno de 2% ao mês – uma das mais baixas para esse tipo de crédito atualmente – gerará um juro total de 10,41% se o parcelamento ocorrer em cinco vezes. Isso sem contar as demais taxas do financiamento.

Para o IPVA de São Paulo, ou mesmo o do Rio, que tem um bom desconto à vista, já não vale a pena, nesse caso.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média de juros para o crédito pessoal em novembro foi de salgados 3,16% ao mês.

Empréstimo pode ser melhor do que parcelar sem desconto

Contudo, há exceções. Se for possível conseguir um empréstimo com juros baixos e poucas parcelas cujo CET seja inferior ao desconto oferecido, vale a pena financiar os impostos.

Na prática, o desconto obtido pela pessoa será menor que o desconto oferecido pelo governo, mas ainda assim haverá algum desconto.

Essa situação é mais rara, mas se o desconto for generoso – em torno dos 10%, por exemplo – é factível.

Por exemplo: se o CET for de 2,5% ao mês, em um parcelamento feito em três vezes, o CET será de 7,68%. Assim, caso o desconto seja de 10% ou mais, valerá a pena financiar.

Outra linha de crédito que pode ser barata o suficiente para esse tipo de estratégia é o crédito consignado, que é descontado diretamente na folha de pagamento de celetistas, servidores públicos e aposentados do INSS.

Porém, as taxas de juros podem variar bastante, por isso é preciso ficar atento. Para os aposentados, os juros atualmente variam de 1,70% a 2,30% ao mês, segundo o Banco Central.

Ainda de acordo com a entidade, para os servidores públicos, os juros variam de 1,45% a 6,16% ao mês. E para os celetistas, vão de 0,69% ao mês a 6,44% ao mês.

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