Supermercados: 65% dos consumidores parcelam compras essenciais, diz pesquisa da PROTESTE (ictor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)
O avanço da inflação no Brasil tem impacto sobre gastos básicos, entre eles as compras em supermercados. Com os alimentos cada vez mais caros e a renda prejudicada por causa dos preços, muitos brasileiros têm encarado dificuldades para colocar as compras dentro do orçamento.
O IPCA do mês de abril subiu 1,06% e o acumulado dos últimos 12 meses atingiu o nível de 12,13%. Neste cenário, muitos brasileiros mudaram seus hábitos de compra em supermercados para se adaptar à nova realidade dos preços e comer bem.
Segundo pesquisa realizada pela Associação de Consumidores Proteste, a inflação de alimentos e itens de limpeza nos últimos 12 meses é a segunda maior da história. Essa cesta ficou 78% mais cara, se comparada a 2019.
Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Sodexo Benefícios e Incentivos, explica que a inflação é global. A alta dos preços é causada, principalmente, pelo desarranjo das cadeias globais de suprimentos em função da pandemia. Outro fator que deixa os produtos mais caros é a retomada da demanda por parte dos consumidores que não é acompanhada pela oferta na mesma proporção.
Um dado preocupante é que 65% dos consumidores têm parcelado compras essenciais, como as do mercado, e têm deixado de pagar as contas da casa para cobrir despesas com alimentação, segundo a pesquisa da Proteste.
Grande parte dos entrevistados afirmou que levará de 4 a 6 meses para quitar as parcelas do cartão. “As contas podem se acumular e gerar uma verdadeira bola de neve de endividamento”, comenta Henrique Lian, diretor da Proteste.
Para Somogyi, da Sodexo, a educação financeira é a chave para evitar a inadimplência. "É importante que o consumidor não comprometa mais de 50% da sua renda com gastos essenciais", aconselha.
Veja abaixo as dicas da Proteste e da Sodexo para economizar na compra de alimentos:
O ideal é que as compras aconteçam no máximo uma vez por semana e sejam orientadas por uma lista de produtos.
Pesquisa da Proteste concluiu que as feiras são mais econômicas. Nelas os produtos custam em média 22% menos do que supermercados e hortifrutis.
Opte por frutas e legumes da época, que têm mais oferta e, consequentemente, menor preço
Aproveitar talos, cascas e folhas também é uma boa pedida para contornar um cenário financeiro mais restritivo.