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Índice EXAME-Loft aponta tendência sobre especulação com imóvel em SP

Em 11 dos 12 bairros da pesquisa, a diferença de preços entre o que foi pedido pelo proprietário e o que foi registrado em cartório na venda mostrou estabilidade ou queda no trimestre

Vista aérea de São Paulo: Índice EXAME-Loft mede o tamanho da especulação com a venda de imóveis | Foto: Leandro Fonseca/EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

Vista aérea de São Paulo: Índice EXAME-Loft mede o tamanho da especulação com a venda de imóveis | Foto: Leandro Fonseca/EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

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Marcelo Sakate

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 16h20.

Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 17h25.

Boas notícias para os brasileiros que buscaram comprar um imóvel em São Paulo nos últimos meses. A diferença média de preço entre o valor pedido pelo proprietário e o efetivamente acertado em contrato apresentou tendência de estabilidade ou até de queda.

É o que revela a nova edição do Índice Especulômetro EXAME-Loft, que reúne a EXAME com a Loft,  uma das principais startups dedicadas ao mercado de imóveis no país e uma das líderes com sua plataforma digital de compra e venda.

Em seis dos doze bairros pesquisados da capital paulista, a tendência foi de estabilidade nesse gap entre a pedida inicial e o valor de registro da venda do imóvel em cartório. Em outros cinco bairros, a tendência foi de queda. Apenas no bairro da Vila Nova Conceição a diferença aumentou, de 23,17% para 26,32%.

O período de análise foi o trimestre encerrado em maio, na comparação com os percentuais nos três meses até abril.

A maior diferença foi registrada em imóveis no bairro do Campo Belo: 26,49%. Mas foi menor do que no trimestre encerrado em abril, de 28,36%. Logo em seguida ficou o bairro do Jardim Paulista, com diferença de 26,40%. O percentual apresentou tendência de estabilidade em relação ao período anterior (26,64%).

Veja abaixo as diferenças nos 12 bairros que compõem o índice:

Índice Especulômetro EXAME-Loft, que mede a diferença de valores entre o que é pedido pelo proprietário e o que é efetivamente registrado em cartório

"A demanda está tão grande pelos apartamentos de maior preço que estes produtos estão em falta no mercado. Como consequência, os demais apartamentos estão puxando a média para um patamar um pouco mais baixo, principalmente em bairros com esse perfil, como Jardim Paulista", explica Daniel Scalli, diretor de Engenharia e Data Science da Loft.

O "Especulômetro" foi lançado no início de julho e mede, por meio de uma ferramenta de precificação inteligente desenvolvida pela Loft, a diferença percentual entre o preço de anúncio pelo proprietário na sua plataforma e o valor de fechamento do contrato entre as partes, registrado em cartório nas matrículas dos imóveis.

A base do Índice Especulômetro EXAME-Loft abrange imóveis ofertados e transacionados em 12 dos maiores bairros no entorno do centro da cidade de São Paulo, maior mercado do país.

Para amenizar os efeitos sazonais, a metodologia considera a diferença de preços em uma média móvel trimestral, com referência a dois meses antes por causa do tempo que leva para que os cartórios disponibilizem as informações.

Na prática, tamanha diferença na casa de dois dígitos prejudica não só potenciais compradores como também proprietários, uma vez que o tempo médio de negociação acaba se estendendo até chegar ao ponto que as duas partes se entendem. Em outras palavras, trata-se de uma ineficiência do mercado brasileiro.

O Índice Especulômetro EXAME-Loft também traz o preço médio do metro quadrado nos 12 bairros de São Paulo na média móvel trimestral (veja abaixo):

O Índice Especulômetro EXAME-Loft apresenta também o valor médio do metro quadrado em 12 bairros de São Paulo

Segundo Scalli, diretor de Engenharia e de Data Science da Loft, a existência da diferença de preços é natural, mas não na magnitude encontrada no mercado brasileiro, em que oito dos doze bairros ficou na casa de 20% ou acima.

"Entendemos que o principal fator de explicação é justamente a ausência de oferta de informações precisas, o que faz com que em média, nas cidades brasileiras, a diferença fique nesses patamares", afirma.

Apesar da boa notícia nos dados até maio, Scalli diz que é preciso aguardar novas informações para que seja possível antever cenários com maior precisão. "A série histórica ainda é recente e, portanto, estamos esperando ela se consolidar para ter previsões mais concretas nos próximos meses", afirmou.

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