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Índia começa a atrair o interesse da indústria farmacêutica

Após se firmar como destino de investimentos na área de tecnologia da informação, país é visto como potencial desenvolvedor de medicamentos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

A boa formação de seus engenheiros, matemáticos e técnicos em informática transformou a Índia em um importante aliado das grandes empresas de tecnologia da informação, que deslocaram postos de trabalho e investimentos para o país, a fim de aproveitar a barata e qualificada mão-de-obra local. Agora, a indústria farmacêutica tende a repetir o caminho, apostando na qualidade dos químicos e pesquisadores locais para desenvolver, no país, pesquisas de novos medicamentos.

A disponibilidade de mão-de-obra capacitada e barata é o principal atrativo para esse setor, segundo a consultoria Frost & Sullivan. A empresa estima que cerca de 122 000 engenheiros químicos e bacharéis em química formem-se por ano na Índia. Além disso, se comparados a outros países, esses profissionais são baratos. O banco de investimentos Goldman Sachs calcula que o custo total de pesquisa e desenvolvimento de uma nova droga, na Índia, seja apenas um oitavo do que o necessário no Ocidente.

Essas vantagens ainda não transformaram a indústria farmacêutica indiana em uma grande inovadora. O custo de desenvolvimento de uma nova droga, capaz de ser comercializada mundialmente, atinge cerca de 1 bilhão de dólares, muito acima da capacidade de investimento das empresas locais.

Muitos analistas, porém, enxergam uma grande oportunidade para a Índia se transformar em um novo pólo de pesquisa mundial de medicamentos. Os grandes laboratórios sempre transferiram para outros países parte de sua pesquisa. Mas, diante da crescente falta de técnicos qualificados, do aumentos dos custos de desenvolvimento, e do menor ciclo de vida dos remédios, o ritmo de transferência dos investimentos para países mais baratos aumentou, segundo a revista britânica The Economist.

Além da oferta de químicos, outro atrativo é a força do país em tecnologia da informação, fundamental para pesquisas de ponta na área farmacêutica. O estímulo mais recente vem da nova lei de propriedade intelectual, aprovada no ano passado. Com ela, os investidores ganharam mais segurança para desenvolver seus experimentos no país.

Os primeiros efeitos já são sentidos. A GVKBio, um centro indiano de pesquisa de medicamentos, assinou recentemente um contrato com a americana Wyeth para a criação de novas drogas. Pelo acordo, 150 novos cientistas serão contratados pelo centro, que já conta com 1 000 funcionários. Além da Wyeth, a GVKBio presta serviços para seis grandes laboratórios ocidentais, alguns clientes japoneses e um punhado de pequenas e médias empresas de biotecnologia.

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