Vista do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro: queda no preço do aluguel com a pandemia (Celso Diniz/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 20h53.
Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 21h09.
Passados dez meses do início da pandemia no país, seus efeitos sobre o mercado de imóveis estão mais consolidados e perceptíveis. Um deles é que, para o aluguel, imóveis no centro e em bairros mais próximos de regiões comerciais desvalorizaram em 2020, na contramão daqueles em bairros afastados. É o que revela o Índice QuintoAndar de aluguel, calculado pela startup que tem a maior plataforma de locação do país.
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Esse fenômeno foi verificado nos dois maiores mercados do país, São Paulo e Rio de Janeiro, onde imóveis em bairros mais afastados tiveram maior valorização no segundo semestre. Na capital paulista, bairros como Mandaqui, Vila Carrão e Bom Retiro tiveram a maior alta no aluguel, enquanto aqueles próximos de regiões com muitos prédios comerciais apresentaram maior queda, casos de Santo Amaro e Real Parque (próximo à Berrini).
No Rio, bairros mais afastados do centro e da zona sul mas próximos à praia, como Barra da Tijuca e Recreio, registraram as maiores altas no aluguel nos seis últimos meses, enquanto aqueles mais próximos ao centro caíram mais, como Lagoa, Laranjeiras e Botafogo.
"Em 2020, os bairros mais afastados dos grandes centros comerciais foram os mais valorizados", diz Fernando Paiva, gerente sênior de data analytics do QuintoAndar. "Isso pode ser reflexo das novas estruturas de trabalho remoto trazidas pela pandemia. Ou seja, os inquilinos estão buscando mais conforto para atender às suas novas necessidades e abrindo cada vez mais mão de estar perto do trabalho, por exemplo, e isso pode aumentar a oferta."
Veja a seguir os dados do QuintoAndar:
Os bairros onde o aluguel mais subiu no segundo semestre:
Os bairros onde o aluguel mais caiu no segundo semestre:
Os bairros onde o aluguel mais subiu no segundo semestre:
Os bairros onde o aluguel mais caiu no segundo semestre:
No ano fechado de 2020 (nos 12 meses), o preço médio do aluguel residencial recuou 6,26% em São Paulo e 3,51% no Rio de Janeiro, segundo o QuintoAndar, apesar da alta de 23,14% do IGP-M — o índice de referência para os contratos, calculado pela FGV — no ano.
A queda de preço dos aluguéis apontada por outros indicadores deixou evidente a perda de relevância do IGP-M, na medida em que ele dá peso maior (60% do índice) ao atacado — suscetível à disparada do dólar — e se descolou da realidade da população.