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Homens dominam gestão de finanças de famílias mais ricas

Os homens dominam os maiores bancos do mundo, mas a situação é ainda pior nos family offices, que administram as finanças dos ricos

Ricos: Mulheres representam 9,1% dos CEOs dos family offices e apenas 8,6% dos diretores de investimentos
 (weerapatkiatdumrong/Thinkstock)

Ricos: Mulheres representam 9,1% dos CEOs dos family offices e apenas 8,6% dos diretores de investimentos (weerapatkiatdumrong/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 26 de setembro de 2018 às 15h49.

Os homens dominam as maiores instituições financeiras em todo o mundo, embora seus executivos afirmem que buscam aumentar a receptividade às mulheres em Wall Street.

A situação é ainda pior nos family offices, firmas que administram as finanças das pessoas mais ricas do mundo. As mulheres representam 9,1% dos CEOs e apenas 8,6% dos diretores de investimentos, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pelo UBS Group e pela empresa de pesquisa Campden Wealth. Em comparação, 19% dos executivos seniores do setor de gestão de ativos e dos bancos de atacado são mulheres, segundo a McKinsey.

“Muitos dos profissionais que se pode contratar como CEO ou CIO de um family office vêm do setor de serviços financeiros, no qual as mulheres estão sub-representadas”, disse Sara Ferrari, diretora de family offices globais do UBS, que tem sede em Zurique. Além disso, algumas famílias têm uma visão tradicional em relação “ao envolvimento das mulheres em certas atividades de investimento, ao contrário do que ocorre nas atividades mais filantrópicas”, disse.

A situação pode melhorar devido a uma mudança de gerações em que membros mais jovens das famílias começam a decidir quem cuida das finanças.

“As mulheres em diversas regiões, mas em particular na Ásia, estão tendo um papel cada vez mais importante na geração da própria riqueza e na gestão de riquezas em gerações subsequentes”, disse Ferrari.

Apenas 14% dos family offices do estudo afirmam ter metas de diversidade, nível inferior ao dos esforços de Wall Street. Mais de quatro em cada dez escritórios que participaram de investimentos de impacto afirmaram respaldar empresas que apoiam o “empoderamento feminino”.

Nos family offices, os cargos de CEO e diretor de investimento geralmente são os mais rentáveis, com salários-base de US$ 333.000 e US$ 312.000, respectivamente. Esses cargos são também os que recebem os maiores bônus, segundo o relatório. As mulheres representam 39% dos diretores de operações e 38%dos diretores financeiros, cargos com salários cerca de um terço menores.

O UBS e a Campden consultaram 311 escritórios uni e multifamiliares com uma média de US$ 808 milhões cada. Quase uma em cada cinco famílias tinham raízes no setor de manufatura.

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