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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A Cosan encerrou período de maio a julho - na contabilidade da empresa, trata-se do primeiro trimestre de 2008, pois segue a safra agrícola - com um lucro líquido de 13,7 milhões de reais. O resultado é 154% superior aos 5,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelos contratos de hedge e pelo dólar fraco, que contribuiu favoravelmente para as receitas financeiras da empresa.
Do lado operacional, a receita líquida apresentou uma queda de 37,3% e somou 591,7 milhões de reais, ante 944,1 milhões no mesmo período do ano passado. De acordo com a Cosan, o primeiro motivo foi a redução de 16% no volume de etanol comercializado no trimestre. A decisão foi tomada diante da queda de 28,6% no preço médio, em reais, do etanol nos meses em questão. A Cosan optou por aumentar o volume de açúcar vendido de 749,3 mil toneladas para 842,1 mil toneladas. Mas a queda de 45,8% no preço médio do produto fez com que a receita obtida com o açúcar recuasse 39%, para 371,8 milhões de reais.
O reflexo foi a queda de 88,1% do lucro bruto, para 43,7 milhões de reais. O ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também caiu 85%, para 49,5 milhões de reais. Já a margem de ebtida ficou em 8,4%, ante 34,9% no ano passado.
Hedge e câmbio
Segundo a companhia, os principais fatores que contribuíram para elevar o lucro líquido, neste trimestre, foram os contratos de hedge e o impacto favorável do câmbio sobre as receitas financeiras. O efeito desses dois elementos, de acordo com a Cosan, foi o contrário do verificado no ano passado.
Entre maio e julho de 2006, a taxa média de câmbio subiu de 2,0892 reais por dólar para 2,1762, ocasionando despesas financeiras líquidas de 68 milhões de reais à companhia, sentidas nas dívidas em moeda estrangeira do grupo. Já neste primeiro trimestre de 2008, o câmbio médio saiu de 2,0339 reais para 1,8776, o que gerou receitas cambiais de 128,5 milhões.
Quanto ao hedge, no primeiro trimestre do ano passado, a Cosan registrou prejuízo líquido de 125,9 milhões de reais com os contratos de hedge, porque foram fechados por uma cotação inferior àquela que estava em vigor no mercado no momento - um período de preços recordes do açúcar no mercado mundial. Já no primeiro trimestre deste ano, o hedge gerou ganhos líquidos de 83,8 milhões de reais, pois os contratos foram fechados por um valor superior à cotação efetiva do mercado. Desse total, 44 milhões vieram de hedges de açúcar e 39,8 milhões de reais por hedge cambial.
Com isso, o lucro antes de impostos e taxas subiu de 18,2 milhões de reais para 22,1 milhões de reais entre maio e julho deste ano.
A empresa encerrou o período com dívida bruta de 2,820 bilhões de reais, ante 2,381 bilhões na comparação. Já a dívida líquida - que considera a disponibilidade de caixa, aplicações financeiras e outros - subiu de 1,239 bilhão para 1,512 bilhão no mesmo período.
O mercado recebeu bem os números da Cosan. Por volta das 12h30, as ações da companhia eram cotadas a 26,35 reais, uma alta de 3,74%. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, subia 0,9%.