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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O Grupo Votorantim divulgou, nesta sexta-feira, nota de esclarecimento ao mercado em que reconhece perdas de 2,2 bilhões de reais com a eliminação de sua exposição cambial decorrente de operações de swap em dólar. A empresa tornou-se, dessa forma, a nova vítima da disparada do dólar devido a suas apostas na desvalorização por meio de derivativos.
A Aracruz Celulose - empresa que pode ser comprada pela VCP, a subsidiária do grupo Votorantim no setor - reconheceu um prejuízo de 1,95 bilhão de reais até setembro. A agência de risco Standard & Poor´s retirou o grau de investimento da Aracruz devido às pedas. A fabricante de celulose ainda não informou se já desmontou as operações. Já a VCP já informou que a aquisição, que deveria ter sido concluída no início desta semana, foi adiada. Nesta quinta, a VCP informou que seu diretor financeiro vai assumir o mesmo cargo na Aracruz.
Outra vítima dos derivativos, a Sadia teve uma perda de 760 milhões de reais com essas operações. A empresa demitiu seu diretor financeiro e o presidente do conselho de administração, Walter Fontana Filho, foi substituído pelo ex-ministro Luiz Fernando Furlan. A siderúrgica CSN também deverá perder boa parte de seu lucro no terceiro trimestre devido aos derivativos. A empresa informou, no entanto, que nos últimos cinco anos deve um lucro superior a 800 milhões de dólares com essas operações e que as perdas atuais não terão impacto no caixa.
Já o frigorífico Friboi informou que terá um ganho superior a 700 milhões de reais com a alta do dólar - e pouco menos da metade desses recursos entrará no caixa da empresa. A Dasa, dono do laboratório Delboni, por sua vez, informou que desistiu de fazer apostas na baixa do dólar e evitou um prejuízo de 300 milhões de dólares.
Votorantim
Em comunicado divulgado ao mercado, a Votorantim afirma que sua geração de caixa alcançou 8,1 bilhões de reais em 2007 e está estimada em 8,4 bilhões de reais para 2008, enquanto o faturamento líquido somou 30,9 bilhões no ano passado e tem previsão de atingir 34 bilhões de reais neste ano.
O Grupo Votorantim indica, também, que o caixa disponível da empresa é equivalente a 10 bilhões de reais e a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações) é de 2,4 vezes.