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Grupo de amigas lança o GIMI, um curso de investimentos só para mulheres

A proposta, que começou com reuniões informais em casa, busca inserir mais mulheres em um ambiente majoritariamente masculino

GIMI: curso de investimento e finanças pessoais tem o objetivo de inserir mais mulheres em um ambiente de maioria masculina (GIMI/Divulgação)

GIMI: curso de investimento e finanças pessoais tem o objetivo de inserir mais mulheres em um ambiente de maioria masculina (GIMI/Divulgação)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 8 de março de 2020 às 08h00.

Última atualização em 8 de março de 2020 às 09h22.

São Paulo — O divórcio geralmente é uma experiência difícil, mas a situação complicada fez Regina Giacomelli perceber que precisava aprender a cuidar sozinha do seu dinheiro. O primeiro passo foi buscar cursos de finanças em instituições renomadas, mas logo surgiu uma barreira comum para quem tem contato com o assunto pela primeira vez: o "economês" e o "financês".

“Quando comecei eu era a estranha do meio, porque as aulas eram específicas para profissionais. Oitenta por cento dos cursos não me serviam, e eu queria entender como funcionava”, conta.

A linguagem técnica, que faz o assunto parecer quase impossível para iniciantes, foi um dos principais motivos para Regina e mais três amigas -- Simone Wajman, Marilene Bertoni e Luciane Ribeiro -- decidirem lançar do Grupo Independente de Mulheres Investidoras. O GIMI, exclusivo para elas, é lançado neste dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.

A ideia surgiu da necessidade. Com a dificuldade sobre as aulas, Regina chamou algumas amigas para juntas tentarem decifrar os "códigos" das conversas com os gerentes de seus bancos, que indicavam investimentos nem sempre tão vantajosos para as clientes.

A iniciativa começou com reuniões semanais de um grupo pequeno de mulheres na casa da psicóloga. A divulgação boca a boca fez a fila de espera crescer até chegar à casa dos milhares, com interessadas de vários estados do país.

 

O limite para Regina foi quando os encontros chegaram a 20 mulheres. Com a curadoria de professores renomados no mercado financeiro, a demanda pela reunião foi crescendo até que a casa da psicóloga não era mais suficiente para as reuniões.

O caminho encontrado para resolver o problema foi profissionalizar e criar um curso. O GIMI tem como público-alvo mulheres não familiarizadas com dispositivos digitais. "Nós somos mulheres que não lidamos tão bem com as tecnologias e por isso preferimos nossas aulas presenciais. Somos mulheres analógicas e que gostam de aprender em grupo."

O curso é formado por três módulos com seis aulas -- uma carga horária total de 18h -- ministradas no Shopping Iguatemi, em São Paulo. O valor de cada módulo é de R$ 2.700,00, valor promocional até o dia 31 de março, e depois volta ao custo normal de R$ 3.000,00 por módulo.

A primeira etapa contém aulas sobre macroeconomia e uma contextualização do cenário econômico brasileiro. Já o segundo módulo tem aulas sobre investimentos em renda fixa. E, por último, o módulo três aborda as opções para investir na renda variável. Os professores são profissionais que dão aulas em instituições como a FGV, Insper e ITA.

Para Regina, a criação de um curso exclusivo para mulheres é essencial em um mercado majoritariamente composto por homens. “Percebemos que a mulher não é naturalmente inserida nesse meio dos negócios e dos investimentos, nós precisamos desse espaço porque não temos uma oportunidade social para isso”.

O GIMI é inaugurado neste dia 8 de março, e já tem proposta de expansão. Segundo a fundadora, o grupo tem planos de criar módulos com temas direcionados que tratem de investimentos específicos -- como FIIs ou ações -- e também uma versão para mulheres de baixa renda.

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