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Fundos ficam para trás na recuperação da bolsa

Maioria dos fundos de ações teve rentabilidade inferior ao Ibovespa em outubro; entregar dinheiro a um gestor profissional nem sempre é garantia de rentabilidade

Bolsa: a maioria dos fundos de ações perdeu para o Ibovespa em outubro (Germano Lüders/EXAME.com)

Bolsa: a maioria dos fundos de ações perdeu para o Ibovespa em outubro (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 19h37.

São Paulo – Outubro foi um mês de grande alívio para quem investe em bolsa. O Ibovespa, principal índice brasileiro de ações, teve ganhos de 11,49% no mês passado, a maior alta em dois anos e meio. A maioria das pessoas que investe em fundos de ações, entretanto, não conseguiu se apropriar de um ganho proporcional.

Segundo números divulgados hoje pela Anbima (a associação de bancos e fundos de investimento), nenhuma das cinco principais categorias de fundos de ações conseguiu bater o Ibovespa em outubro, conforme a tabela abaixo:

Fundo Retorno em outubro
Ações Ibovespa Ativo 7,66%
Ações IBrX Ativo 8,77%
Ações Small Caps 6,27%
Ações Sustentabilidade/Governança 7,80%
Ações Livre 6,48%
Ibovespa 11,49%

O dado é importantíssimo porque, quando alguém decide investir em um fundo de ações ativo, é porque confia na capacidade do gestor de antecipar os movimentos de mercado e bater o Ibovespa. Do contrário, seria muito mais barato para o mesmo investidor aplicar em um fundo passivo de ações ou comprar um ETF (fundo de índice de ações com quotas negociadas em bolsa) que acompanhe o Ibovespa porque as taxas envolvidas são menores e não há restrições para saques.

No ano, entretanto, os gestores profissionais ainda conseguem bater o índice, segundo os números divulgados pela Anbima:

Fundo Retorno no ano
Ações Ibovespa Ativo -13,15%
Ações IBrX Ativo -13,16%
Ações Small Caps -15,16%
Ações Sustentabilidade/Governança -11,96%
Ações Livre -7,56%
Ibovespa -15,82%

Os resultados melhores que a média no ano e ruins em outubro sugerem que os fundos de investimento não apostavam em uma recuperação tão rápida do Ibovespa e permaneciam com um percentual do portfólio alocado em ações defensivas acima da representatividade desses papéis no índice. Ações defensivas dos setores de energia, telefonia e empresas de cartões de crédito permanecem na lista das que registram o melhor desempenho no ano, mas ficaram para trás em outubro.

Outra possibilidade é que os fundos estivessem com boa parte do dinheiro dos quotistas em caixa, aplicado em algum investimento que renda algo próximo ao CDI. Fundos de ações podem deixar até um terço do dinheiro captado em aplicações de renda fixa. Isso efetivamente acontece quando o gestor está pessimista e acredita que é melhor esperar mais para entrar na bolsa. No caso de isso efetivamente ter acontecido, a rentabilidade do mês passado também seria muito inferior ao Ibovespa.

Na ponta oposta, os papéis que mais renderam em outubro foram justamente os que mais haviam apanhado nos meses anteriores. Alguns nomes que se destacaram são JBS (alta de 42,15%), Gol (31,93%), Cyrela (28,18%), MRV (25,65%), Rossi (23,58%) e PDG (23,49%).

Outra mostra que os profissionais de mercado financeiro foram surpreendidos por esse movimento é que nenhum dos papéis acima se destacava nas carteiras de ações indicadas pelas corretoras para outubro

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