Golpe: Febraban alerta para "golpe da renda extra" (Kulpreya Chaichatpornsuk/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 17h11.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 17h48.
Um novo golpe circula nas redes sociais e já gera dor de cabeça aos brasileiros: o golpe da renda extra. Iludidos pela promessa de um dinheiro fácil ao curtir fotos, fazer comentários e seguir perfis em redes sociais, os criminosos se aproveitam da vulnerabilidade de quem busca um dinheiro a mais para roubar os internautas, é o que alerta a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
No começo, os golpistas chegam a pagar valores baixos para as vítimas com o objetivo de passarem confiança. Mas depois, pedem o pagamento de taxas para participar das próximas tarefas, com a promessa que o valor retornará integralmente, somado a uma comissão.
“Pare, pense e sempre desconfie de propostas de trabalho que você tenha de pagar antes de receber o dinheiro. Outra recomendação é desconfiar de promessas de vantagens exageradas. E jamais deposite dinheiro na conta de quem quer que seja com a finalidade de garantir uma oportunidade ou um negócio”, acrescenta.
Também conhecido como “golpe da tarefa”, tudo começa com o recebimento de mensagens no celular da vítima. Nelas, o bandido se apresenta como um funcionário de uma empresa de marketing digital que está selecionando interessados para trabalhar de maneira online, com o objetivo de ajudar comerciantes a melhorarem sua presença na internet.
A partir disso, os criminosos oferecem tarefas diárias simples e prometem ganhos que podem começar de R$ 100 e chegar até R$ 1,5 mil por dia. Ao aceitar a proposta, o participante é incluído em um grupo de mensagens. No começo, o usuário faz as tarefas e o golpista até deposita dinheiro na conta da vítima para gerar credibilidade, mas sempre em valores baixos.
E é agora que o problema começa: após concluir algumas tarefas, chega uma tarefa em que é preciso pagar para poder participar. O golpista alega que o participante irá recuperar o dinheiro no mesmo dia. Outras pessoas que estão no grupo mandam comprovantes de pagamentos recebidos após a realização das tarefas e assim induzem a vítima a continuar no esquema. Essas tarefas “pré-pagas” têm valores mais altos, como explica a Febraban, podendo custar R$ 1 mil, para receber no mesmo dia um valor de R$ 1,5 mil, por exemplo.
“No começo parece ser uma oportunidade de ganhar dinheiro de forma fácil. Os golpistas até pagam as comissões das primeiras tarefas, até que oferecem uma tarefa pré-paga com promessa de ganhos elevados. E é neste momento que aplicam o golpe. Bloqueiam o usuário do grupo e somem, levando a vítima a ter um grande prejuízo financeiro”, alerta Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
No caso de alguém ter sido vítima de um crime neste formato, a Febraban orienta que a pessoa notifique imediatamente seu banco para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas, como bloqueio do aplicativo e senha de acesso.
Isso porque os criminosos também se aproveitam de toda a situação para roubar dados pessoais, incluindo de contas bancárias. Esse outro crime se configura como “golpes de engenharia social”, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões, ou faça transações financeiras em favor de quadrilhas de criminosos.
Ao realizar os procedimentos dos bancos e garantir que esteja seguro, as instituições podem auxiliar a ter o valor estornado, explica a Febraban. Outra coisa essencial a ser realizada é um boletim de ocorrência, que pode ser feito de forma online. Por fim, a Febraban destaca que a informação protege os usuários de cair em golpes e disponibiliza orientações diariamente em suas redes sociais para a população se proteger.