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Fundo imobiliário Hospital da Criança paga aluguel atrasado

Cotistas ficaram sem receber aluguel, em função de inadimplência do locatário

O Hospital da Criança conseguiu liminar para baixar o valor do aluguel (Antonio Milena/Veja SP)

O Hospital da Criança conseguiu liminar para baixar o valor do aluguel (Antonio Milena/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 15h27.

São Paulo – O Grupo Nossa Senhora de Lourdes pagou, na última sexta-feira, o aluguel atrasado do Hospital da Criança, pertencente ao fundo homônimo gerido pela Brazilian Mortgages. A parcela havia vencido no dia 10 de janeiro, e o atraso foi a gota d’água para o gestor entrar com uma ação de despejo contra o Hospital da Criança no dia 19 de janeiro.

O Grupo Nossa Senhora de Lourdes divulgou um comunicado ao mercado dizendo que desconhece a ação de despejo em questão e que “não parece razoável” despejar um hospital cujo aluguel tem apenas 16 dias de atraso – 9, a contar da ação de despejo – sendo que havia quitado todas as parcelas nos últimos dez anos em que ocupou o imóvel.

No mesmo comunicado, o Grupo diz acreditar que a ação de despejo é uma forma de retaliação pelo Hospital da Criança ter pedido a revisional dos aluguéis para baixo. O Grupo conseguiu uma liminar, no dia 12 de janeiro, para reduzir o valor do aluguel pago ao fundo. Em função do imbróglio, o Grupo Nossa Senhora de Lourdes diz que vai adotar as medidas legais necessárias para cessação das retaliações que vem sofrendo. “A conduta adotada pela Brazilian Mortgages prejudica a operação dos hospitais e busca abalar a imagem de nossa instituição”, diz o comunicado feito ao mercado.

O Grupo Nossa Senhora de Lourdes de fato quitou o aluguel do Hospital da Criança, mas a Brazilian Mortgages emitiu um comunicado ao mercado no qual repudia a tese de que a ação de despejo seria uma represália ao pedido de revisional do aluguel para baixo. E justifica a ação dizendo que seu objetivo era obrigar o Hospital da Criança a pagar o aluguel atrasado, uma vez que os atrasos já eram recorrentes.

“Com efeito, a impontualidade do Hospital da Criança nos pagamentos dos aluguéis tem sido uma constante e causando prejuízos aos cotistas do Fundo de Investimento Imobiliário Hospital da Criança”, diz o comunicado. E continua: “o aluguel do imóvel locado é o único ativo do Fundo de Investimento Imobiliário, de forma que o não pagamento do aluguel acarreta o não pagamento dos rendimentos aos cotistas”.

Os atrasos recorrentes a que o comunicado da Brazilian Mortgages se refere foram atrasos de poucos dias, mas que tinham, pelo menos, data prevista para pagamento por parte do Grupo Nossa Senhora de Lourdes. No atraso do último aluguel, entretanto, o Grupo não respondeu aos pedidos de cobrança por parte do gestor, nem fixou uma previsão de data para pagamento do aluguel.

O fundo Hospital Nossa Senhora de Lourdes também esteve inadimplente recentemente. Ambos os fundos dos hospitais do Grupo Nossa Senhora de Lourdes estiveram entre os que mais desvalorizaram em 2011, somando-se o valor da cota e o valor dos aluguéis. Além de ambos os fundos terem apenas um imóvel em carteira, seu risco é incrementado pelo fato de serem fundos de hospitais, imóveis cujo despejo é difícil e demorado, em função de implicações legais e sociais.

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