Minhas Finanças

Foi demitido? Veja como usar o dinheiro da rescisão, do FGTS e do seguro

Veja como se organizar para um período sem renda, que você não sabe quanto tempo vai durar, e investir as indenizações recebidas pela demissão

Orçamento:  Aplicativos como o Guia Bolso e o Minhas Economias podem ajudar (AndreyPopov/Thinkstock)

Orçamento: Aplicativos como o Guia Bolso e o Minhas Economias podem ajudar (AndreyPopov/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 05h00.

Última atualização em 22 de agosto de 2018 às 05h00.

São Paulo - O ritmo do crescimento da economia enfraqueceu e, por isso, o Brasil ainda tem 13 milhões de desempregados, mais do que a população inteira de Portugal. Em São Paulo, 83% das pessoas conhecem alguém demitido nos últimos seis meses, segundo o Índice de Confiança de São Paulo.

Quem foi demitido precisa, mais do que nunca, planejar como usar seu dinheiro para sobreviver com mais tranquilidade até encontrar uma nova chance no mercado.

Afinal, como se organizar para um período sem renda, que você não sabe quanto tempo vai durar? É melhor investir o dinheiro da rescisão, do FGTS e do seguro-desemprego, entre outros direitos, ou deixá-lo parado na conta para cobrir os gastos do dia a dia?

Para ter essas respostas, o primeiro passo deve ser fazer um orçamento financeiro. “Pessoas desestabilizadas correm grande risco de tomar decisões financeiras ruins. Para esfriar a cabeça e tomar decisões melhores, é preciso enxergar as finanças de forma mais clara”, ensina o planejador financeiro Valter Police, head da academia da Fiduc Planejamento Financeiro.  

Como fazer um orçamento

Aplicativos como o Guia Bolso e o Minhas Economias podem ajudar. Liste e categorize todos os seus gastos mensais pelos próximos 12 meses, com base nos gastos passados, incluindo as dívidas a pagar.

Depois, enumere quanto você tem de patrimônio, como casa, carro ou investimentos, e quanto você recebeu ou vai receber de indenizações da empresa em que trabalhava. Se a rescisão for paga parcelada, inclua as parcelas mês a mês no orçamento.

Nesse momento, deixe de fora do orçamento qualquer renda extra que você ainda não tem certeza que vai receber, como trabalhos como freelancer, por exemplo.

Feito esse diagnóstico, você consegue fazer uma previsão de por quanto tempo vai durar o dinheiro da rescisão, do FGTS e do seguro-desemprego, entre outros direitos recebidos. Se achar que for pouco tempo para se recolocar no mercado de trabalho, esta é a hora de cortar gastos ou vender algum patrimônio, por exemplo.

“Você precisa estar confortável com o tempo que o seu dinheiro vai durar. Corte gastos para ganhar tempo”, ensina Police. Na hora de escolher os custos para cortar, lembre que agora você tem tempo para dar conta de tarefas que antes não tinha, como cozinhar ou fazer faxinar, por exemplo. 

Parcelas de dívidas devem ser prioridade, já que, se não pagá-las, você pode ficar com o nome sujo, ter crédito negado e até ter dificuldade para encontrar emprego. Por outro lado, nesse momento de dinheiro contado, é melhor incluir o pagamento das parcelas mês a mês no orçamento do que pagar tudo de uma vez. Se precisar, tente renegociar.

“Só deixe de pagar um compromisso em último caso, se o seu dinheiro acabar. Se tiver que escolher, dê prioridade ao pagamento de contas básicas, como luz e água, e de empréstimos com os juros mais altos”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Com tempo livre, você também pode buscar formas de ganhar uma renda extra. Se conseguir, reorganize seu orçamento.

Como investir a rescisão, o FGTS e o seguro-desemprego

Mesmo que você use a rescisão, o FGTS e o seguro-desemprego para cobrir os gastos do dia a dia, é melhor investir do que deixar o dinheiro parado na conta, perdendo valor com o tempo.

Mais do que render mundos e fundos, o investimento escolhido precisa ter duas características principais: a possibilidade de você sacar o dinheiro rapidamente sempre que precisar e de resgatá-lo sem prejuízo independentemente do momento. Isso se chama liquidez diária e baixo risco de mercado.

Poupança, fundo DI com baixa taxa de administração, CDB com liquidez diária ou Tesouro Selic são boas opções. Veja as diferenças entre esses investimentos e as vantagens e desvantagens de cada um.

Ao investir fora do seu banco, abrindo conta em uma corretora independente, você pode conseguir rentabilidades mais altas. Várias corretoras oferecem fundos com taxas de administração mais baixas, CDBs com retornos mais altos ou não cobram taxa para investir no Tesouro Direto.

Nos sites Renda Fixa e Yubb, você pode comparar as remunerações oferecidas pelas instituições.

No entanto, essas transferências da sua conta corrente para a conta da corretora podem custar caro e, às vezes, a rentabilidade maior oferecida não compensa esse gasto de investir fora do seu banco.

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