Empréstimos pessoais, concedidos em bancos, podem valer mais a pena na hora de comprar (.)
Gabriela Ruic
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
São Paulo - Que o ideal é sempre comprar à vista e não se endividar é mais do que claro para qualquer consumidor consciente. Infelizmente, ninguém está imune as facilidades da compra a prazo. Afinal de contas, por uma parcela pequena, mês a mês, é possível adquirir, imediatamente, uma televisão de última geração, uma geladeira nova ou outros bens de consumo.
O que pouca gente parece saber é que pode haver uma enorme diferença entre os juros pagos no crediário, feito na própria loja, e as taxas de um empréstimo pessoal, contratado em instituições bancárias. Cálculos recentes, realizados pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), apontam que, em média, empréstimos pessoais, desde que concedidos por bancos, podem sair muito mais em conta do que financiar um bem diretamente no estabelecimento comercial.
Em junho de 2010, por exemplo, a média mensal das taxas de juros, para pessoa física, da categoria considerada pela Anefac como juros do comércio, na qual se encaixam crediários, ficou em 5,88% ao mês, enquanto que, para os empréstimos pessoais, em bancos, a custo médio cai para 4,87%. "É preferível pegar um empréstimo no banco e negociar o valor do produto para um pagamento à vista direto na loja", explica Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
Oliveira diz, no entanto, que é importante comparar as taxas para que o consumidor tenha subsídios suficientes para escolher qual linha de crédito cabe melhor no seu bolso. O comprador deve analisar tanto a taxa de juros em si quanto a CET (custo efetivo total), que reúne todos os encargos financeiros envolvidos em operações de crédito, desde juros até despesas administrativas de contrato e seguros (clique aqui e entenda como funciona a CET).
<hr> <p class="pagina">Uma das explicações para que os juros bancários sejam menores reside no fato de que a base de tomadores de empréstimo nos bancos é muito maior. Já as lojas têm um custo maior de captação de recursos para financiar seu capital de giro, como esclarece o diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Malieni.<br><br>"Se o consumidor optar pelo empréstimo, o melhor a fazer é ir direto à loja e negociar com o gerente descontos por uma compra à vista", aconselha Álvaro Dias, planejador financeiro. <br><br>Primeiro o consumidor assina um empréstimo com o banco e, com o dinheiro no bolso, pode ir até a loja e comprar o produto à vista, podendo conseguir bons descontos. Neste caso, deve-se observar se os custos do empréstimo compensam o desconto que pode ser obtido em loja, na ocasião de um pagamento à vista. "Com o dinheiro em mãos, o consumidor pode comparar ainda os preços do mesmo produto em outras lojas. Outra vantagem é que os bancos geralmente oferecem prazos de pagamento mais flexíveis que os varejistas", diz Malieni.<br><br>Dependendo ainda do nível de relacionamento que o cliente mantém com o gerente do seu banco, essas condições podem ser ainda melhores. Os juros de um empréstimo podem variar dependendo da relação entre cliente e gerente. Segundo Fernando Mafio, sócio consultor da Witrisk, uma boa convivência com os gerentes bancários pode facilitar a negociação tanto das taxas quanto das condições de pagamento. </p>