Casais: 38% dos pares entrevistados revelaram que não fazem nenhum controle financeiro conjunto (milan2099/Getty Images)
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Publicado em 10 de setembro de 2022 às 08h31.
Última atualização em 24 de setembro de 2024 às 16h54.
Um em cada quatro (25%) homens fazem compras escondidos do parceiro ou da parceira, enquanto uma em cada cinco (20%) mulheres têm o mesmo comportamento. É o que mostra uma pesquisa da Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, realizada com 1.493 casais em todo o Brasil e divulgada ao final de agosto.
Entre os entrevistados, 11% admitiram que isso acontece uma vez por mês; 5% afirmaram que acontece uma vez a cada três meses; 4%, uma vez por semana; e 3%, uma vez por ano. Os 77% demais alegaram não ter esse tipo de conduta.
Enquanto 83% dos homens acreditam que sua parceira ou parceiro mantém os ganhos e o controle financeiro abertos de forma transparente, entre as mulheres, esse número cai para 77%. Já com relação às próprias contas, 18% das entrevistadas e 11% dos entrevistados admitiram que não são 100% sinceros.
Entre os respondentes que afirmaram esconder certas compras, 28% têm um controle financeiro conjunto. Outros 24% não fazem nenhum tipo de controle financeiro, nem mesmo individualmente; 17% usufruem de seu próprio planejamento financeiro; 23% admitiram que apenas uma parte do casal tem essa administração; e somente 8% possui dois planejamentos - as contas do casal e as pessoais.
“É curioso que a maioria dos casais que compram escondido tem um controle financeiro conjunto. Isso só reforça o fato de que o dinheiro ainda é um tabu para as pessoas”, pontua Ana Paula Netto, consultora financeira da Onze. Para ela, fidelidade financeira está relacionada a compartilhar a realidade das suas finanças por completo, incluindo gastos, rendimentos e dívidas.
Do total, 24% dos entrevistados sequer possuem um controle financeiro. Entre casais, 38% também não possuem nenhum controle financeiro conjunto. Desses, 65% alegaram não utilizar conta conjunta, enquanto 17% adotam esse tipo de conta, mas apenas 5% têm uma conta conjunta e outra individual.
A seguir, confira seis dicas de organização financeira para guardar dinheiro a dois de forma eficiente:
Conversar sobre as suas finanças pessoais e conjuntas é indispensável para todo casal que deseja ser financeiramente feliz. É preciso falar sobre dinheiro de forma rotineira, como um tema que faz parte da vida a dois.
Por isso, se você está em um relacionamento e tem planos para o futuro, as pautas dinheiro e objetivos financeiros devem ser abordadas com frequência, em diálogos sinceros e bem esclarecidos. Tenha em mente que a receita do sucesso a dois passa longe de possíveis “segredos financeiros”.
Também é essencial que todo casal fique de olho e controle os seus gastos mensais. Se ambos dividem uma conta bancária e acompanham os gastos juntos, ou se cada um possui a sua própria conta, fazer uso de alguma ferramenta para visualizar as movimentações a cada mês é um ótimo caminho para mantê-las organizadas.
Viagens, férias, restaurantes, casamento, casa própria, filhos… Todo casal tem planos, sejam de pequeno, médio ou grande porte. Para realizá-los, é importante traçar estratégias - investir, por exemplo -, definir como cada um vai contribuir e qual será o destino dos valores guardados a curto, médio e longo prazo.
As finanças podem gerar muitas desavenças entre casais, por isso, não meçam esforços quando o assunto for transparência e organização financeira.
Uma boa parte das dívidas dos brasileiros está vinculada ao mau uso do cartão de crédito. Mas não se engane: sabendo usá-lo de forma eficiente, esse produto financeiro pode ser um grande aliado, especialmente para a vida a dois. Portanto, uma dica especial para os casais é limitar o uso do cartão a um valor específico ou a determinados tipos de compra. Assim, considerando o orçamento dos dois, você e seu parceiro ou parceira entenderão como e até quanto poderão gastar com esse recurso, sem que a vida financeira seja comprometida.
Para se preparar para momentos de instabilidade, é importante que todo casal crie uma reserva de emergência. Como o nome já sugere, a reserva de emergência é um dinheiro guardado exclusivamente para dificuldades, como desemprego, problemas relacionados à saúde e outras situações emergenciais. O ideal é separar uma parte da renda conjunta para alimentar essa reserva mensalmente - numa proporção que não seja demais para a saúde financeira dos dois.
Por fim, mas não menos importante, está a necessidade de ainda manter um espaço para a individualidade financeira. Isso significa que, por mais que os dois saibam da importância de controlar os seus gastos e ainda mantenham o foco nos planos conjuntos, é preciso também haver espaço para que cada um tenha o seu dinheiro, a sua própria organização e os seus sonhos pessoais, para gastar individualmente sem a interferência do outro. Esse respeito ao espaço individual de cada um é produtivo e saudável para a relação a dois.
Não há um único caminho, pois o que funciona para um casal pode não funcionar para outro. Uma ideia possível é ter uma conta comum para despesas da casa dos dois, além de uma conta separada para cada um gerir gastos pessoais - sempre dentro dos limites do orçamento conjunto.
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