A quitação de dívidas se tornou uma tarefa mais complexa com o aumento da taxa Selic, segundo especialista (woolzian/Getty Images)
O pagamento de dívidas de consumidores inadimplentes caiu em janeiro de 2022 e apenas 41% dos consumidores foram ressarcidos, enquanto o percentual do mesmo mês do ano passado estava em 58,8%. Os dados são apresentados em novo levantamento do Indicador de Recuperação de Crédito realizado pelo Serasa Experian, que apresenta índices econômicos.
Os 41% das dívidas pagas foram realizadas em até 60 dias a partir do mês de referência. E, apesar do percentual apresentar certa recuperação em agosto de 2021, o indicador continuou em queda até alcançar o marco histórico de pior performance do pagamento desde 2018.
A pesquisa também mostrou que, dentre os pagamentos realizados, os setores de bancos e cartões são os que se mantêm como os melhores em recuperação de crédito (48,0%). Já de campo de Securitizadoras e Telefonia apresentam os menores percentuais de dívidas negativadas pagas, com 2,7% e 8,9%.
Ainda de acordo com os dados do Serasa Experian, o que os analistas chamam de "idade das dívidas" é importante. Aquelas dívidas contraídas recentemente têm maiores chances de recuperação mais ágil. Já as que têm maior tempo de existência, apresentam o percentual de quitação menor.
Por exemplo, os compromissos vencidos há 30 dias têm percentual de recuperação de 59,1% — 42,9% das dívidas com 30 a 60 dias são quitadas, enquanto 26,2% das dívidas de 60 a 90 dias chegam a quitação.
Abaixo segue gráfico apresentado na pesquisa sobre o percentual de recuperação de crédito dos consumidores brasileiros:
“Muitas pessoas, principalmente de rendas menores, buscaram as linhas de crédito como uma forma de suprir suas necessidades e fechar as contas no final do mês. No entanto, também pelo aumento da taxa Selic, ficou mais complexo se apoiar no crédito e não se endividar. Dessa forma, se os consumidores brasileiros já encontram dificuldades para não caírem na inadimplência, quitar dívidas atrasadas e limpar o próprio nome ficou ainda mais complicado”, conclui Luiz Rabi, economista do Serasa Experian.