Minhas Finanças

FGC não paga CDBs do BVA vendidos via corretoras

Segundo jornal, cerca de 2 mil clientes não teriam recebido valores de até 70 mil garantidos pelo fundo


	Falta de pagamento: desculpa era que os CDBs não haviam sido registrados na Cetip
 (Marcos Santos/usp imagens)

Falta de pagamento: desculpa era que os CDBs não haviam sido registrados na Cetip (Marcos Santos/usp imagens)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 17h53.

São Paulo - O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não está pagando os CDBs emitidos pelo Banco BVA que foram vendidos pelas corretoras aos seus clientes. Reportagem da Folha de S. Paulo de ontem revela que 2 mil clientes não teriam recebido os valores até R$ 70 mil garantidos pelo fundo.

A desculpa era que os CDBs não haviam sido registrados na Cetip. Mas corretoras que registraram os papéis também não conseguiram o pagamento dos valores ainda. “Temos um CDB de R$ 60 mil que não foi pago ainda e não temos previsão”, diz o diretor de uma corretora, que pediu para não ser citado.

No BVA, as atendentes explicam que os CDBs vendidos por corretoras não estão sendo pagos, sem vincular isso ao registro ou não na Cetip. E dizem não haver previsão de quando isso deverá ocorrer.

Os investidores que aplicaram diretamente no banco já começaram a ser ressarcidos de suas aplicações. Os pagamentos para os investidores na cidade de São Paulo começaram no dia 4 de março.

O BVA está sob intervenção do Banco Central desde outubro e pode ser liquidado caso as negociações com um de seus maiores credores, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do grupo Caoa, para compra da instituição, não avancem.

A venda de CDBs via corretoras está crescendo no mercado, como forma de diversificação dos negócios dessas instituições, já que o mercado acionário continua ruim. Ao mesmo tempo, o sistema amplia a rede de distribuição dos pequenos bancos, que conseguem oferecer CDBs com taxas mais altas dentro do valor garantido pelo FGC.

O interesse dos bancos menores nesse sistema é tão grande que a Associação Brasileira dos Bancos (ABBC) está negociando um acordo com Cetip e BMFBovespa para desenvolverem plataformas de renda fixa para facilitar o acesso de pessoas físicas a CDBs e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) por meio de corretoras e distribuidoras.

A demora no pagamento desses papéis, porém, coloca em dúvida a segurança desse sistema de aplicação.

De qualquer maneira, o investidor deve exigir que o CDB comprado em corretora seja registrado na Cetip como garantia.

Procurados, representantes dos interventores do Banco Central no BVA alegaram que quem tem de dar explicações sobre os CDBs do banco é o FGC. Já o FGC não respondeu aos pedidos de entrevista.

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