PIX: ao perceber que foi vítima de um golpe, o cliente deve entrar em contato com seu banco (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Editora de Finanças
Publicado em 13 de junho de 2024 às 12h37.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e o Banco Central iniciaram esta semana conversas para melhorar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), um recurso do PIX criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, o que aumenta as possibilidades de reaver recursos em transações feitas pela ferramenta de pagamento instantâneo.
Batizado de MED 2.0, o projeto foi proposto pela Febraban, e seu desenvolvimento ocorrerá ao longo do segundo semestre, com implementação prevista para o final de 2025.
Com o MED, quando o cliente é vítima de fraude, golpe ou crime, ele pode reclamar em sua instituição nos canais de atendimento em até 80 dias da data da realização do Pix.
Ao efetuar a reclamação, os recursos são bloqueados na conta do recebedor para análise detalhada do caso e, se for considerado procedente, os recursos são devolvidos à vítima. Entretanto, atualmente, esta devolução depende de disponibilidade de fundos na conta do fraudador.
No fluxo atual, a notificação de infração associada à devolução permite o bloqueio de valores apenas na primeira conta recebedora do recurso, ou seja, na primeira camada a qual o dinheiro foi enviado.
A Febraban propôs ao Banco Central para que o fluxo atual permita o bloqueio de valores até outras camadas de triangulação do recurso, o que foi aceito pelo regulador. O objetivo é reduzir a prática das diferentes modalidades de fraudes e golpes utilizando o Pix como meio.
“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, diz Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Faria também orienta que o cliente, ao notar que caiu em um golpe, procure imediatamente seu banco para que o mecanismo do MED seja acionado, e a chance de recuperação dos valores seja maior. “Entendemos que o MED deverá estar em constante evolução para estarmos sempre a frente dos criminosos”, acrescenta.