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Fator prevê Ibovespa a 29 000 em 2004

"A bolsa não vai explodir este ano, mas a rota de alta vai continuar e novos investidores, sobretudo pessoas físicas, continuarão a ser atraídos por ela". É o que afirma Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente da Fator Empreendimentos, holding que reúne a administradora de recursos, a área de corporate, a corretora e o Banco […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

"A bolsa não vai explodir este ano, mas a rota de alta vai continuar e novos investidores, sobretudo pessoas físicas, continuarão a ser atraídos por ela". É o que afirma Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente da Fator Empreendimentos, holding que reúne a administradora de recursos, a área de corporate, a corretora e o Banco Fator. Só com o correr dos meses será possível confirmar o prognóstico. Mas uma coisa é certa: o Fator se beneficiaria muito se ele se concretizasse.

Dos 2,78 bilhões de reais que o banco administra hoje, 91,2% a mais que em 2002, 60% estão alocados em renda variável. "Nos últimos meses de 2003 já sentimos uma migração de recursos da poupança e de fundos de renda fixa para os fundos de ações", afirmou Roseli Machado, diretora de gestão da Fator Administração de Recursos. O lucro da holding foi de 15,1 milhões de reais. "Um bom resultado se lembrarmos que em 2002, devido à marcação de mercado dos fundos de investimento, tivemos um prejuízo de quase 17 milhões de reais", afirma Horácio.

Com a perspectiva de bom desempenho, diz Horácio, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), poderá atingir 29 000 pontos. A projeção anterior do banco era de que ele chegaria a 27 000. "Com a queda dos juros, o risco volta a ficar mais apetitoso", diz Horácio. Para o Fator, 2004 será o ano em que muitas empresas voltarão a se interessar em fazer lançamentos de ações. "Até então os empresários não tinham preço ou demanda que valesse a pena, mas a estratégia começa a ser interessante", afirma Horácio. "O caminho natural é que elas comecem com a oferta de debêntures que possam ser convertidas em ações."

Em 2003, primeiro ano completo sob a gestão de Horácio, o banco da Fator Holding, do empresário carioca Walter Appel, fechou com um patrimônio de 48,6 bilhões de reais, um crescimento de 46% em relação a 2002. Já as atividades da corretora renderam à holding um lucro de 3,05 milhões de reais, contra um prejuízo de 408 mil reais em 2002. O patrimônio da corretora também cresceu 26,5% e passou de 19,8 milhões de reais em 2002 para 25,1 milhões de reais em 2003.

Uma das evidências do bom desempenho da corretora no ano passado, diz o executivo, é que ela ocupou o segundo lugar no ranking de negócios fechados em valor na Bovespa, com 33,8 bilhões de reais negociados. Já no ranking de compra e venda de ações pela internet (home broker), a Fator encerrou 2003 na oitava posição. "Estamos nessa área desde 1999, mas começamos mesmo a investir a partir de abril do ano passado", diz Horácio. "Naquela época, ocupávamos a 45ª posição nesse mesmo ranking".

Para 2004, a meta da corretora é subir ainda mais na lista. Para isso, alguns investimentos já foram feitos, como a aquisição de um servidor que permitirá que o portal da corretora realize, simultaneamente, operações para o quíntuplo do número de clientes de hoje. "Queremos que os clientes estejam aptos a fazer qualquer operação pelo site", diz Horácio. "Até mesmo operar na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)." O volume de capital movimentado via home broker, no entanto, ainda é pequeno. "O ticket-médio ainda é baixo se comparado ao do pregão tradicional, mas o número de negócios tem crescido", afirma Alexandre Atherino, diretor executivo da Fator Corretora.

Cenários

Os economistas do Fator estão otimistas quanto a 2004. Assim como a maioria dos analistas, também estimam um crescimento de 3,5% a 4% para o Produto Interno Bruto (PIB) e uma recuperação de 5% da renda, que caiu 6,5% em 2003.

Manoel Horácio, no entanto, é ainda mais otimista e acredita que o crescimento do PIB poderá chegar a 4,5%, impulsionado pelas exportações agrícolas, sobretudo de soja. Segundo o Fator, elas poderão chegar a 83,5 bilhões de dólares, com um saldo na balança comercial de 22,5 bilhões de dólares. Mas o processo de recuperação da economia, diz Horácio, também terá de enfrentar alguns obstáculos. Entre eles, o baixo nível de investimentos, que pode ser agravado por alguns imbróglios ainda não resolvidos pelo governo como a questão tributária. "Quem se anima a investir num país em que a carga de impostos é de 40%?", afirma ele.

Para o dólar, o Fator aposta num fechamento de 3,15 no fim do ano. Também prevê taxa média de juros de 14,7%, com juro nominal de 13% em dezembro. A taxa média real de juros esperada é de 8,8%, com IGPM de 5,9% e IPCA de 5,4%, segundo os analistas do banco.

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