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Expansão do crédito diminui ritmo, mas segue crescendo em 2006

Número de operações cresceu 0,3% em janeiro. Em dezembro, havia sido de 2,8%

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

As operações de crédito, que dispararam em 2005 e impulsionaram o lucro de bancos como Itaú e Banco do Brasil, reduziram o ritmo de crescimento no primeiro mês de 2006. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (22/2), os empréstimos realizados em janeiro mostraram expansão de 0,3% no mês e somaram 608,9 bilhões de reais. Em dezembro, o número de operações havia crescido 2,8%. 

Em 2005, o crédito teve fôlego suficiente para saltar de 27,2% para 31,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ao longo do ano. Em janeiro de 2006, o resultado ficou em 31% - nada com que se preocupar, na opinião de Érico Sodré, presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). "A tendência ainda é de alta. Acredito que, nesse ano, [o crédito] pode chegar a 33% [do PIB]. Estamos com o quarto ano seguido de crescimento e, quando a economia cresce, gera emprego. Com emprego, as pessoas se animam mais a tomar empréstimos por terem perspectiva de pagar", diz.

Sodré ressalta que os resultados do mês foram derrubados pelos empréstimos destinados às pessoas jurídicas, que caíram 1,1% em relação a dezembro. Contabilizados somente os recursos livres, os contratos somaram 213 bilhões de reais. Segundo o Banco Central, a queda foi ainda maior nas operações referenciadas em moeda estrangeira: o saldo, de 47,2 bilhões de reais, ficou 1,8% abaixo do apontado em dezembro. Uma das explicações, para o BC, está na desvalorização do dólar - o real mais forte faz com que as empresas precisem de menos capital para pagar suas contas na moeda norte-americana.

Pessoa física

As operações à pessoa física cresceram 3,2% no mês, estimuladas pelos gastos com pagamentos de impostos e outros gastos de início de ano, como matrículas escolares. Para o professor de finanças da Faculdade de Economia da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) André Accorsi, os números refletem um aumento da oferta de operações direcionadas à pessoa física. Entre elas, está a expansão das linhas do crédito consignado, que oferecem riscos menores de inadimplência e avançaram 2,3% em janeiro em saldo. "Existe um esforço gigantesco hoje voltado para a baixa renda com o objetivo de expandir esse crédito para a pessoa física".

O professor acredita que o interesse de bancos e financeiras em oferecer dinheiro deve ser correspondido pelos tomadores em 2006, mas ressalva que será necessário um empurrão do governo. "Existe espaço para crescimento do crédito, contanto que o governo reduza a Selic [taxa básica de juros da economia]", diz Accorsi. Para ele, um corte na taxa básica de juros geraria taxas menores de empréstimos ao consumidor.

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