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Evite as armadilhas financeiras do divórcio

Separar bens e dívidas, não ser leniente com a papelada e refazer o planejamento financeiro são algumas medidas importantes

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2012 às 08h12.

São Paulo – Divórcio é algo que pode sair caro. O magnata da mídia Rupert Murdoch teve que desembolsar 1,7 bilhão de dólares para se separar da mulher. No caso do golfista Tiger Woods e do cineasta Steven Spielberg, a conta chegou a 100 milhões de dólares (veja aqui algumas das separações mais caras da história). A maioria das pessoas não tem tanto dinheiro – nem tantos recursos a perder. Mas qualquer divórcio pode levar os antigos cônjuges a dificuldades financeiras. A seguir, Robert Stammers, diretor do CFA Institute, uma associação mundial de planejadores financeiros, ensina a fugir das armadilhas comuns durante e após o divórcio:

1 - Não permita que as emoções interfiram

Embora seja mais fácil falar do que fazer, durante o divórcio não é o momento de ser emocional. Negocie as condições do divórcio com racionalidade e tome decisões financeiras com a mesma frieza após a separação. Na verdade, quanto mais coerente e disciplinado você for a respeito de suas finanças, maior será a chance de evitar problemas financeiros ou fiscais mais à frente.

2 - Crie um novo plano financeiro

O maior erro que muitos casais divorciados cometem é não mudar a estratégia financeira ou de investimento. Muitas vezes a separação implica em mudanças no estilo de vida, necessidades de renda ou objetivos financeiros de longo prazo. A pessoa divorciada pode ter a renda total diminuída pela necessidade de pagar pensão. Ao mesmo tempo, novas despesas podem surgir, já que não haverá mais com quem dividir contas como aluguel, TV por assinatura ou provedor de internet.

Após o divórcio, é importante que você faça uma avaliação financeira detalhada para determinar o que você precisa para não se prejudicar com o processo, mas também para determinar novas metas financeiras e de investimento. Também é importante reavaliar a situação para determinar quais os ativos devem ser mantidos ou evitados como parte do processo de divórcio.

3 - Faça um planejamento para seus dependentes

Quando você separar suas finanças das de seu cônjuge, talvez faça sentido separar a de seus filhos também. Seja explícito sobre como você e seu cônjuge cuidarão de seus filhos, quanto vai custar para criá-los e os passos necessários para mantê-los na escola. Poderá fazer sentido estabelecer uma poupança regular especificamente para seus filhos, especialmente se fizer parte do plano uma educação universitária.


4 - Cuide da papelada

Para garantir que você se torne independente financeira e juridicamente, você deve atualizar os nomes em todas as contas, apólices de seguros, testamentos, e todos os outros documentos financeiros para assegurar que os nomes de proprietários, usuários autorizados e beneficiários estejam corretos e claros. É particularmente importante alterar, de forma proativa, o nome do titular de todos os bens e investimentos no processo de divórcio ainda que isso implique em algum custo de transação – transferências da propriedade de imóveis são particularmente custosas. Mas deixar de cuidar desses assuntos criará futuros problemas de ordem financeira, especialmente quando você precisar transferir ou vender ativos.

5 - Separe minuciosamente todas as dívidas

Uma bomba relógio financeira ainda maior são as consequências monetárias e de reputação que podem ocorrer quando as dívidas mútuas não tiverem sido separadas de forma clara. Normalmente, quando uma pessoa assina um empréstimo ou pedido de cartão de crédito, o nome permanece na conta após o divórcio. Independentemente do que o divórcio diga sobre quem deve quanto, se a dívida não for paga, o credor irá atrás de todos que assinaram por ela. Não corra o risco de ter o nome incluído em uma lista de maus pagadores devido a dívidas que não são suas.

6 – Acostume-se a viver com menos crédito

Mesmo que anteriormente sua situação financeira tenham sido ótima, o divórcio poderá causar alguns danos. Isso normalmente ocorre por causa do fechamento ou transferência de contas conjuntas, o que pode reduzir o limite de crédito disponível, já que a renda do divorciado pode ser menor do que as do marido e da mulher somadas. O divorciado terá de se acostumar com a ideia de ter menos crédito à disposição e organizar a vida financeira.

7 - Aprofunde sua educação financeira

Agora que você está juridicamente independente, precisará lutar pela sua independência financeira. A criação de um plano financeiro e de uma estratégia de investimento é apenas o passo inicial para alcançar seus objetivos. Já na condição de recém-solteiro, algumas obrigações financeiras que eram de responsabilidade de seu cônjuge são agora suas. Assegure-se de ter o conhecimento e o apoio financeiro necessários para prosseguir com seu plano.

8 - Aconselhe-se com um consultor financeiro ou de investimentos

O consultor financeiro ou de investimentos é um profissional bastante comum nos Estados Unidos, mas ainda raro no Brasil. Os profissionais não apenas ajudam a cristalizar os novos objetivos financeiros dos clientes, mas também podem elaborar um roteiro para atingir esses objetivos. Os consultores de investimento também podem ajudar a avaliar o valor real dos investimentos e a decidir quais os ativos de propriedade conjunta são adequados para a inclusão em sua carteira de investimentos e quais ativos devem ser evitados ou podem se tornar um obstáculo para você atingir seus objetivos financeiros.

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