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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O governo dos Estados Unidos vai injetar aproximadamente 250 bilhões de dólares em nove bancos do país por meio da compra de parte de suas ações. Segundo informou o "Wall Street Journal", o dinheiro já faz parte dos pacote de 700 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso americano para ajudar os bancos. Esperava-se, entretanto, que o governo utilizasse o dinheiro para comprar títulos hipotecários de difícil precificação, limpando o balanço dos bancos.
Só agora ficou clara a intenção de o governo utilizar mais de um terço dos recursos para a compra das ações, uma medida apontada por analistas como mais efetiva. A primeira grande economia a anunciar essa estratégia foi a do Reino Unido. O governo decidiu assumir participações acionárias em quatro dos maiores bancos do país: Royal Bank of Scotland, HBOS, Lloyds e Barclays.
Nos Estados Unidos, o governo deverá adquirir apenas ações preferenciais (sem direito a voto) dos bancos. Não se sabe ainda qual será o montante de dinheiro injetado em cada instituição. Mas os principais bancos do país têm encontrado dificuldades para conseguir recursos para fazer frente aos seus compromissos. Bancos de investimento como Morgan Stanley e Goldman Sachs conseguiram recursos com o japonês Mitsubishi e com o megainvestidor Warren Buffett, respectivamente. Os recursos do governo, entretanto, devem dissipar os temores do mercado de que haja novas quebras no sistema financeiro - facilitando a capitalização das instituições com o objetivo de destravar o crédito.
A decisão de capitalizar os bancos foi tomada em conjunto pelo Departamento do Tesouro, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) e a Federal Deposit Insurance Corp (órgão responsável por garantir os depósitos bancários). O secretário do Tesouro, Henry Paulson, vai se reunir nesta terça-feira com os presidentes de bancos como Goldman Sachs, JPMorgan, Morgan Stanley, Bank of New York, Bank of America e Citigroup para afinar os detalhes do plano.
O governo também quer que a FDIC amplie o limite de garantia de depósitos bancários para os correntistas dos atuais 100 mil dólares para 250 mil dólares. A medida seria temporária e já foi aprovada no Congresso. Com isso, os EUA teriam garantias mais parecidas com a de outros países que já aprovaram medidas semelhantes nos últimos dias para evitar uma corrida aos bancos.