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Esta é a melhor forma de pagar compras online

Disponíveis em quatro dos cinco maiores bancos do país, os cartões virtuais são, em geral, um espelho do seu cartão de crédito físico, só que mais seguros

Cartão virtual: Produto é emitido em segundos, mas regras variam em cada banco (nd3000/Thinkstock)

Cartão virtual: Produto é emitido em segundos, mas regras variam em cada banco (nd3000/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 23 de novembro de 2017 às 12h06.

São Paulo — Você é daqueles que adora fazer compras online, mas já foi vítima de fraude ou tem medo que isso aconteça? Para especialistas em finanças pessoais, a solução é fazer tudo através de um cartão virtual.

Disponíveis em quatro dos cinco maiores bancos do país, os cartões virtuais são, em geral, um espelho do seu cartão de crédito físico, só que mais seguros. Isso porque a cada nova transação as informações do cartão são alteradas —seja o número de identificação do produto ou o seu código de segurança— o que inibe a ação de golpistas.

As especificidades do cartão virtual variam de banco para banco, mas em alguns casos é possível, por exemplo, utilizar o produto até mesmo para pagar contas recorrentes, como Netflix e Spotify.

“A melhor coisa é que, além de ser muito mais seguro do que o cartão físico convencional, o cartão virtual é oferecido gratuitamente pelos bancos”, diz Rogério Panca, vice-presidente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) e diretor de meios de pagamentos do Banco do Brasil.

O site EXAME procurou os cinco maiores bancos do país para entender como os cartões virtuais funcionam em cada um deles, e obteve retorno de Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil.

A Caixa possui cartão virtual, mas não enviou as informações solicitadas pela reportagem. Já o Bradesco ainda não disponibiliza o produto para sua base de clientes.

Banco do Brasil

O primeiro a lançar o cartão virtual no país foi o Banco do Brasil, em agosto de 2014. Segundo Panca, 650 mil “Ourocards-e” já foram emitidos pelo banco desde então, os quais foram utilizados por cerca de 300 mil clientes.

“O número de transações com cartões virtuais vem crescendo mês a mês. De janeiro a setembro deste ano, foram feitas 1,7 milhão de operações, que movimentaram 37 milhões de reais”, afirma o diretor do BB.

Funciona assim: cada cliente pode emitir quantos cartões virtuais quiser e definir o prazo de validade deles. A emissão pode ser feita rapidamente através do aplicativo do banco, que já é utilizado por 15 milhões de clientes.

Apesar de espelharem o cartão físico, os Ourocards-e têm uma numeração diferente do plástico convencional do cliente.

É possível escolher se o cartão será bloqueado após o primeiro uso —para quem quer fazer apenas uma compra pontual de forma segura na internet— ou se ele será um cartão de uso recorrente, para pagar um serviço como Netflix, por exemplo.

O cliente tem a possibilidade, inclusive, de dar um nome ao cartão. Por exemplo, “Uber”, se o produto for criado especificamente para pagar as corridas feitas através do aplicativo de transporte. O vencimento do cartão pode ser de um dia —ou uma transação— até quatro anos.

É o próprio cliente também quem define o limite de cada cartão virtual emitido —dentro do limite de seu cartão físico, que estará espelhado na versão online.

“No caso do cartão com bloqueio automático após a primeira transação, mesmo que alguém venha a ter acesso aos dados do cartão do cliente, essa pessoa não conseguirá usar o cartão após a primeira operação. Já o cartão para compras recorrentes estará protegido pelo limite baixo determinado pelo próprio cliente”, diz Panca.

Santander

No Santander, o cartão virtual ganhou outro nome: cartão compra online. Lançado em novembro de 2016, o produto já foi utilizado por mais de um milhão de clientes do banco (dentro do universo de 15 milhões).

Diferente do BB, o cartão compra online do Santander muda, a cada operação, seu CCV (código de segurança de três dígitos que fica no verso do produto).

“Isso torna o produto ainda mais seguro do que os demais cartões virtuais do mercado”, afirma Rodrigo Cury, superintendente executivo de cartões do Santander Brasil.

É possível emitir um cartão compra online para compras recorrentes, assim como no BB, com um limite para gastos estipulado pelo próprio cliente. Cada pessoa pode emitir quantos cartões quiser, com prazos e limites individuais.

“A grande vantagem é que o cliente pode emitir cartões online sem custo e, ao mesmo tempo, bloquear o cartão físico para compras online. O plástico convencional vai continuar funcionando normalmente para saques e para compras presenciais em estabelecimentos, mas se alguém tiver acesso aos dados e quiser comprar um produto pela internet, não vai conseguir”, afirma Cury. “O cliente está duplamente protegido.”

O cartão compra online do Santander pode ser solicitado e emitido em poucos segundos pelo cliente através do app Way. Por lá, também é possível acompanhar o histórico de transações de seus cartões em tempo real, sejam eles físicos ou virtuais.

“Em breve, o cliente deve conseguir também através do Way pedir o estorno do valor gasto em uma transação que não foi autorizada por ele. O cancelamento ou bloqueio imediato do produto já está disponível e pode ser feito em poucos segundos”, afirma Cury.

Itaú Unibanco

No maior banco privado do país, é possível solicitar o cartão virtual através do aplicativo Itaúcard. Diferente do BB e do Santander, no Itaú só é possível utilizar o produto para compras não recorrentes.

Isso porque o cartão virtual Itaú tem validade de 48 horas e é cancelado após a primeira compra nesse período. Ou seja, mesmo que alguém tenha acesso aos dados do seu cartão quando você estiver fazendo uma compra, essa pessoa não conseguirá usar as informações para fazer uma segunda transação.

“Temos mais de dois milhões de cartões virtuais emitidos por mais de 200 mil clientes”, diz Rubens Fogli, diretor do Itaú. Segundo ele, antes de lançar o cartão virtual, em junho de 2016, o banco realizou uma pesquisa com sua base de clientes e constatou que 40% deles não compravam pela internet por medo de informar seus dados.

“Agora, não há mais motivos para preocupação, já que a utilização do cartão virtual é bem mais segura. Esta é mais uma alternativa de pagamento que oferecemos ao cliente, como as carteiras digitais, por exemplo. A vantagem do cartão virtual para as carteiras digitais é que ele não exige mudança alguma no sistema do lojista. A operação toda depende somente do cliente. É aceito em qualquer lugar.”

Os clientes do Itaú podem emitir quantos cartões virtuais quiserem. O limite de crédito estará condicionado ao teto estipulado para o cartão físico de cada um.

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