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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Os especialistas são unânimes ao afirmar que o melhor investimento para o 13º salário é o pagamento de dívidas. Quem, no entanto, consegue se planejar para chegar ao final do ano com algum dinheiro livre em mãos tem a chance de aproveitar boas oportunidades no mercado e ampliar seu patrimônio.
EXAME consultou oito especialistas em investimentos para descobrir quais as melhores opções disponíveis atualmente. Confira o resultado.
Carlos Manoel Pereira de Souza, consultoria de investimentos Lopes Filho
"Os fundos DI e renda fixa devem apresentar grande queda de rendimentos nos próximos meses em função da redução da taxa básica de juros. Com isso, os investidores devem buscar outras opções de investimento, principalmente na bolsa. As empresas de grande porte, como Vale do Rio Doce, Petrobras, Bradesco, Gerdau e Usiminas são boas alternativas para médio e longo prazos. Recomendo também os fundos multimercados e os títulos de longo prazo do Tesouro Nacional para diversificação da carteira."
Fábio Colombo, administrador de investimentos
"Mesmo com a queda da taxa Selic, os juros brasileiros continuam entre os mais altos do mundo. Por isso, fundos DI e renda fixa continuam sendo boas opções, desde que a taxa de administração não ultrapasse 2%. Para quem aceita mais risco, recomendo os fundos de ações, já que o mercado acionário no Brasil deve continuar apresentando bons retornos. Não aconselho os pequenos investidores a aplicar diretamente em ações, já que a concentração em poucos papéis eleva demais o risco. E, para assegurar as aplicações, os fundos cambiais atrelados ao dólar e ao euro são boas opções."
José Carlos Batelli Corrêa, diretor da corretora Gradual
"O mercado de ações deve ter um bom desempenho no ano que vem, principalmente com a possibilidade de o Brasil atingir o investment grade. Agora que os bancos começaram a lucrar com sua principal função - a concessão de crédito - o setor será um dos que deve trazer bons rendimentos para os investidores, assim como os de petróleo e mineração. Para os mais conservadores, recomendo as aplicações no Tesouro Direto."
Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros
"Com a perspectiva de queda dos juros, o melhor é diversificar, aplicando metade dos recursos em fundos e a outra metade na bolsa. As empresas ligadas ao consumo interno tendem a ter bons resultados, devido à recuperação do poder de compra da população. Submarino, Pão de Açúcar e Gerdau são algumas delas. Os setores bancário, de petroquímica, siderurgia e mineração também devem apresentar bons resultados nos próximos meses. Outra opção é a compra de dólares, em moeda. Há a expectativa de que as medidas econômicas que devem ser adotadas pelo governo acabem pressionando o câmbio, levando o dólar a se recuperar a médio e longo prazo."
Mauro Giorgi, economista da corretora Geração Futuro
"2007 será o ano do mercado de ações. A diminuição dos juros deve fazer com que as aplicações de renda fixa sejam destinadas apenas a casos de emergência ou alguma diversificação, mas nunca a primeira opção de investimento. A cada redução na taxa, os papéis das empresas de consumo e autopeças ficam ainda mais atraentes, já que grande parte das vendas são financiadas. Como fornecedoras de matéria-prima para esses setores, as siderúrgicas também serão beneficiadas - e devem apresentar bons retornos para os investidores nos próximos meses."
Reinaldo Zakalski, consultor da BI Invest
"Apesar da queda dos últimos meses na Selic, os juros no Brasil continuam bastante altos, mantendo a renda fixa como boa opção de investimento. Por isso, aconselhamos aos pequenos investidores manter 50% de suas aplicações em fundos DI e a outra metade diversificar em fundos multimercados e de ações. Para quem não tem proximidade nem tempo de ficar acompanhando o pregão, é sempre melhor utilizar a estrutura dos fundos - que conta com um especialista para gerir os recursos - a montar a própria carteira de ações."
Robson Queiroz, diretor comercial da corretora SLW
"O próximo ano deverá ser bastante favorável à bolsa de valores. O presidente Lula tem falado em fazer o país crescer 5% e isso deve impulsionar o mercado acionário. As companhias dos setores de energia, mineração e siderurgia - principalmente aquelas ligadas à construção civil, como a Gerdau - são as que devem apresentar o maior potencial de alta nos próximos meses, além das relacionadas aos agronegócios, que devem ser favorecidas pela intenção do governo de incrementar a agricultura."
Rui Araújo, consultor de investimentos da consultoria Método
"A queda da taxa Selic fará com que o rendimento dos fundos de renda fixa fique abaixo da barreira psicológica de 1% ao mês. Isso deve provocar uma virada nos investimentos, com parte das aplicações migrando para ações de fundos multimercados. Aconselhamos os investidores a nunca pôr todos os ovos na mesma cesta. O melhor é diversificar. Mesmo para os conservadores, há opções de fundos multimercados que se encaixam ao perfil do investidor. Na bolsa, os papéis de empresas que fornecem material ao setor imobiliário, como Duratex e Gerdau, devem oferecer bons retornos nos próximos meses, assim como os de companhias de infra-estrutura."