São Paulo – Depois de leve elevação em novembro, as taxas de juros das linhas de crédito para a pessoa física voltaram a cair em dezembro, fechando 2012 com a menor taxa de juros média da série histórica iniciada em 1995, diz a pesquisa de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Das seis linhas de crédito pesquisadas, somente o rotativo do cartão de crédito manteve sua taxa de juros inalterada, sendo que todas as demais linhas foram reduzidas no mês de dezembro. O rotativo do cartão, o cheque especial e os empréstimos pessoais em financeiras continuam sendo as linhas mais caras. Veja como ficaram as taxas de juros na tabela:

Linha de crédito	Novembro (mês)	Novembro (ano)	Dezembro (mês)	Dezembro (ano)	Variação (%)	Variação (pontos percentuais)
Juros comércio	4,30%	65,73%	4,06%	61,22%	-5,58%	-0,24
Cartão de crédito	9,37%	192,94%	9,37%	192,94%	0%	0
Cheque especial	7,92%	149,59%	7,82%	146,83%	-1,26%	-0,10
CDC bancos- financiamento de automóveis	1,64%	21,56%	1,52%	19,84%	-7,32%	-0,12
Empréstimo pessoal-bancos	3,14%	44,92%	2,93%	41,42%	-6,69%	-0,21
Empréstimo pessoal-financeiras	7,42%	136,06%	6,96%	124,21%	-6,20%	-0,46
Taxa média	5,63%	92,95%	5,44%	88,83%	-3,37%	-0,19%

Fonte: Anefac

De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, o coordenador de estudos econômicos da Anefac, estas reduções podem ser atribuídas à maior competição das instituições financeiras depois que os bancos públicos reduziram suas taxas de juros, à leve redução na inadimplência e à expectativa de redução da inadimplência nos próximos meses em um ambiente de crescimento econômico maior.

A redução dos juros do crédito também acompanhou a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic. Enquanto de julho de 2011 a dezembro de 2012 a Selic caiu 5,25 pontos percentuais (de 12,50% para 7,25% ao ano), a taxa média de juros para a pessoa física caiu 32,38 pontos percentuais (de 121,21% para 88,83% ao ano).

Para os próximos meses, Miguel José Ribeiro de Oliveira espera uma redução ainda maior das taxas de juros do crédito, em função de uma possível melhora da economia brasileira, da maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos promoverem reduções em suas taxas de juros, e da expectativa de redução dos índices de inadimplência.